SP pode ter enchente mesmo com pouca chuva
Céu nublado durante o dia e pancadas de chuva à tarde. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), essa é a previsão do tempo para a cidade de São Paulo para hoje e amanhã.
O “limite” para as chuvas na cidade, segundo especialistas, é de 40 milímetros (cada milímetro equivale a um litro de água por m2), índice que pode ser facilmente atingido em casos de pancadas de chuva- típicas do verão.
Mas, mesmo se chover pouco, a cidade pode voltar a enfrentar enchentes e alagamentos. Anteontem, por exemplo, foram 21,5 milímetros- índice considerado normal pelos técnicos do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). Mesmo assim a cidade viveu cenas de horror: córregos transbordando, mais de 60 pontos de alagamento e 30 ocorrências de desabamentos, deslizamentos e quedas de árvores.
Segundo Alfredo Pisani, engenheiro do Centro Tecnológico Hidráulico (órgão ligado à Secretaria de Estado de Recursos Hídricos), o grande problema em São Paulo está na falta de permeabilidade do solo. “A grande quantidade de edifícios e asfalto impede a absorção dessa água pelo solo. Ela acaba correndo para os rios, que enchem e podem transbordar. O fato de estar chovendo há muitos dias também impede a absorção da água, pois o solo e as bacias ainda estão úmidas.”
Dos 15 primeiros dias de janeiro, choveu em 13 deles -situação considerada normal por especialistas. Na cidade, são mais de 1.300 áreas de risco, sendo 589 delas com alto risco de deslizamento.
A chuva não castigou somente a cidade de São Paulo. No Estado, na madrugada de ontem, duas pessoas morreram em Mairiporã (Grande SP) por causa do desabamento de um barranco.
A prefeita Marta Suplicy (PT) visitou ontem o Jardim Damasceno (zona norte), um dos mais atingidos pela chuva de anteontem. Ela disse que deverá se reunir na sexta-feira com o governador Geraldo Alckmin para firmar um acordo com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para beneficiar os moradores que vivem na área.
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