Petrobras confirma aumento de 2,2% para gasolina
Dessa vez a Petrobras se cercou de cuidados para evitar um novo ” curto-circuito ” com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que está na Europa e foi avisado com antecedência. ” O presidente já foi informado sobre o reajuste ” , disse o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, coordenador da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica. ” Conversamos com ele, eu e o ministro José Jorge (das Minas e Energia) ” , disse Parente. O ministro de Minas e Energia, José Jorge, foi informado na terça-feira e hoje a empresa está publicando anúncios nos principais jornais do país. No texto, a Petrobras explica como os preços no mercado internacional flutuam e como seus preços são definidos.
O percentual de 2,21% anunciados ontem pelo presidente da Petrobras, Francisco Gros, é o mesmo decidido pela empresa dia 15 de fevereiro e suspenso pelo presidente, que não tinha sido informado da decisão previamente.
Uma fonte da Petrobras explicou ao Valor que os 2,2% foram retomados porque as condições do mercado internacional permaneceram as mesmas. Umas das referências da Petrobras ao anunciar o aumento foi o preço do produto entre os meses de dezembro e fevereiro. Os preços da gasolina nos EUA, já convertidos para a moeda brasileira, tinham subido de R$ 0,27 a R$ 0, 31 por litro em dezembro para cerca de R$ 0,31 a R$ 0,35 em fevereiro. No período, a taxa de câmbio média aumentou 3%.
Com a abertura total do mercado a partir do dia 1º de janeiro a Petrobras ficou livre para reajustar seus preços livremente. Antes ela estava amarrada a uma fórmula paramétrica que media a variação dos combustíveis no mercado americano e o câmbio, que eram repassados trimestralmente. A Petrobras fez sua estréia no mercado aberto reduzindo até 25% o preço da gasolina vendida em suas refinarias, antes dos impostos.
Logo em seguida, aumentou em 2,2% o preço do óleo diesel sem nenhum problema. Nos últimos dias, tanto Gros quanto José Jorge e Fernando Henrique vêm repetindo que a empresa é livre e que não sofre interferência política na definição de seus preços.
