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Começa hoje o “acendão”

Guarulhos, 01 de março de 2002

A partir de hoje, o País está livre do racionamento de energia elétrica, que obrigou a população a viver uma rotina diferente nos últimos nove meses.

Passada a fase da economia obrigatória, a população do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste poderá gastar eletricidade sem se preocupar com metas de consumo nem com o risco de ter o fornecimento de luz cortado por gasto excessivo.

Também perde a validade a cobrança da sobretaxa pelo consumo além da meta.

A economia de energia durante o racionamento foi de 26 mil megawatts/ hora (MWh), incluindo a redução no consumo registrada no Norte, que saiu do racionamento em 1º de janeiro. O total de energia economizada corresponde ao consumo, durante um ano, de 7,2 milhões de residências que gastam em média 300 KWh por mês. A redução no consumo daria também para abastecer pelo prazo de 12 meses três Estados do porte do Espírito Santo.

Com a cobrança da sobretaxa dos que gastavam energia além da meta, as distribuidoras arrecadaram R$ 431,7 milhões. O total de bônus pago a quem economizou mais do que o necessário foi de R$ 832,9 milhões, sem contar o bônus que ainda será pago em março. A diferença será coberta pelo Tesouro Nacional.

A decisão da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE) de decretar o fim do racionamento foi tomada no dia 19, quando os reservatórios que abastecem as usinas hidrelétricas alcançaram os níveis de segurança determinados pelo governo. Ontem, o volume de água nas barragens do Nordeste chegou a 55,53% da capacidade máxima, 6,6 pontos porcentuais acima do limite de segurança, o que garante o abastecimento de energia este ano, sem a necessidade de acionar as usinas térmicas.

No Sudeste e Centro-Oeste, o nível dos reservatórios chegou a 62,95% da capacidade, ou seja, 9,02 pontos porcentuais acima do limite de segurança. A previsão é de que em todas as regiões que estiveram sob racionamento, o nível dos reservatórios chegue a 70% no fim de março, volume bem superior ao verificado no mesmo período do ano passado.

Apesar da iminência do fim do racionamento, a população continuou economizando energia em fevereiro. Até quarta-feira, a média de consumo ficou 3,4% abaixo da meta no Sudeste e no Centro-Oeste e 3,52% no Nordeste.

O governo espera que a população continue economizando em torno de 7%, pela mudança de hábitos e da troca de equipamentos ocorrida em residências, comércio e indústrias.