Analistas indicam ações que têm bom potencial
A Bovespa começou o mês com o pé direito, com avanço de 2,71%, giro financeiro de R$ 895,640 milhões e 14.414 pontos, indicando um bom momento para as ações. Mas o investidor interessado em aplicar neste mercado deve analisar muito mais do que os rendimentos passados do papel. Isto porque nem sempre a empresa repete os resultados anteriores, o que significa dizer que lucro passado não é certeza de bons negócios futuros. E, de outro lado, prejuízo anterior também não é sinônimo de fracasso futuro.
De acordo com os profissionais, uma análise da projeção de ganhos do papel e dos planos da empresa podem evitar que o investidor aplique seu capital em uma ação que já valorizou tudo o que podia e iludir-se com ganhos vultuosos. Para 2002, de acordo com o analista da Corretora Souza Barros, Clodoir Gabriel Vieira, as grandes vedetes do mercado deverão ser as ações do Grupo Gerdau, da Fosfértil, do Bradesco e da Confab.
Gerdau – A expectativa de crescimento nas vendas do Grupo Gerdau, aliada ao fato de a empresa fazer parte do nível I de governança corporativa do Novo Mercado (que exige mais transparência das empresas) devem contribuir para a valorização das ações da companhia. A expectativa é de que os papéis preferenciais cheguem ao final de 2002 cotados a R$ 41,00.
A Fosfértil, empresa de adubos e fertilizantes, é também uma aposta dos analistas para este ano. A perspectiva de boa rentabilidade e a tendência de aumentar sua participação no mercado projeta uma valorização de mais de 40% em suas ações preferenciais.
Bradesco – O banco Bradesco, mais uma vez, está entre as grandes promessas para o ano. As novas aquisições e a disputa com o Itaú para manter as liderança do ranking privado do setor financeiro fazem do banco uma excelente alternativa de investimento. A análise feita pelos especialistas indicam uma ação com boa liquidez e que pertence a uma empresa sólida que paga dividendos mensais. O preço justo para os papéis preferenciais do Bradesco em dezembro pode atingir os R$ 18,00.
Já a fabricante de tubos Confab deverá crescer à medida que os projetos de construção de ramais que ligarão as termoelétricas aos gasodutos forem saindo da gaveta. A empresa participará da licitação da construção do gasoduto Argentina-Brasil e tem grandes chances de vencer a concorrência. “As perspectivas são positivas para os próximos anos com o aumento da produção de energia proveniente do gás natural” explica Vieira. A perspectiva é de que as ações da Confab cheguem em dezembro valendo R$ 2,60.
Seara – Algumas empresas conseguiram agregar muito valor aos seus papéis como é o caso da Seara Alimentos e da Souza Cruz. Embora já tenham crescido bastante na bolsa (os ganhos foram de 100,28% para a primeira e 218,92% para a segunda em 2001) elas ainda poderão ter bons resultados. A Seara, que é a maior exportadora brasileira de suínos, teve um incremento em suas exportações (começou a vender para a Rússia).
Souza Cruz – No caso da Souza Cruz, o aumento de 30% no volume de exportações de fumo, o acréscimo de 6% no volume de vendas de cigarro e o caixa em dólar e a conquista de novos mercados contribuíram para melhorar o desempenho da companhia. De acordo com Tatiane Pereira, analista da Corretora Coinvalores, a companhia é considerada uma das boas alternativas para este ano. “A Souza Cruz distribui lucros, paga dividendos, é uma empresa sólida, não tem dívidas e é uma forte geradora de caixa diz Tatiane.”
(Simone de Oliveira)