Indústria voltou a contratar depois do racionamento
O diretor de Infra-Estrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Luiz Gonzaga Bertelli, disse hoje que a indústria deverá continuar gastando menos energia elétrica mesmo após o fim do racionamento. Bertelli confirmou que a indústria está voltando gradativamente à normalidade e informou que alguns setores já estão a pleno vapor inclusive efetuando contratações de pessoal, investindo em equipamentos mais modernos e até voltando a exportar nos níveis anteriores, mas outros ainda continuam sofrendo os efeitos do racionamento.
“Há algumas áreas que estão enfrentando maior lentidão, mas também estão retornando à normalidade. Elas dependem ainda, por exemplo, da liberação de financiamentos junto ao BNDES para adequar-se a uma nova conjuntura. Nós estamos achando que para este ano não teremos dificuldades maiores, mas a questão não está solucionada. É preciso nos prepararmos para situações mais difíceis, caso não aconteçam os investimentos que o setor precisa”, disse Bertelli em entrevista à Rádio Eldorado AM/SP.
Segundo ele, o setor precisou se adaptar rapidamente à situação de racionamento e, entre outras medidas, efetuou projetos de racionalização de energia, a substituição de motores que gastavam muito por outros que consumiam menos e economia na iluminação.
O executivo afirmou que, mesmo com o fim do racionamento de energia elétrica, as perspectivas não são muito animadoras. “A indústria adotou todas os procedimentos possíveis para enquadrar-se a uma nova situação. Situação essa que, como se sabe, tem a tendência de continuar enfrentando dificuldades nos próximos anos, a menos que os governos que se seguirem realizem os investimentos necessários na área energética, o que, infelizmente, ainda não está ocorrendo. E assim, todos nós continuamos na dependência das benesses de São Pedro…”.
O diretor da Fiesp disse, também, que atualmente o nível médio da capacidade ocupada da indústria em São Paulo ultrapassa os 90%. Segundo ele, os levantamentos efetuados pela entidade revelaram que as empresas estão se preparando para uma nova fase de expansão. “Evidentemente, porém, todos nós estamos na expectativa de que não volte a faltar energia elétrica porque ela é o oxigênio da indústria e sem ela não haverá a possibilidade de alcançarmos novamente o tão ambicionado desenvolvimento sustentado de 3% ou 4% do PIB esperado pelo governo”.
Paulo R. Zulino