Notícias

Renuncia o ministro da Economia da Argentina

Guarulhos, 23 de abril de 2002

DivulgaçãoO ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, renunciou ao cargo nesta terça-feira. A carta de renúncia foi entregue ao presidente Eduardo Duhalde no início da tarde. Entre os possíveis substitutos está Alieto Guadagni, economista peronista que fez parte do governo de Carlos Menem e foi embaixador no Brasil.

De acordo com uma fonte do ministério da economia, Lenicov reconheceu que já não tinha mais espaço para estar à frente da pasta, depois do revés sofrido hoje no Congresso, quando a segunda versão do plano Bonex (que prevê a troca dos depósitos bancários retidos nas instituições por bônus de até 10 anos) foi rejeitada. Alguns veículos de imprensa locais dão conta também de que todo o gabinete de ministros teria colocado os cargos à disposição, mas esta informação não foi confirmada.

A saída de Lenicov pode abrir uma nova crise política no país, como aconteceu em dezembro de 2001, quando o então ministro Domingo Cavallo entregou o cargo e no mesmo dia foi seguido pela saída do presidente Fernando De la Rúa. O porta-voz da presidência da Argentina, Eduardo Amadeo, garantiu que Eduardo Duhalde “não tem planos de renunciar'.

Sessão suspensa – O Senado argentino suspendeu a sessão na qual deveria analisar em caráter de urgência a segunda versão do projeto que prevê a troca dos depósitos retidos nos bancos (corralito) por bônus públicos, o chamado plano Bonex. A decisão foi tomada depois de uma reunião do chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, com senadores do Partido Justicialista (peronistas), partido de Duhalde.

Um pouco mais cedo, depois de receber uma ameaça telefônica da existência de uma bomba, o edifício da Câmara dos Deputados teve de ser evacuado. O Parlamento, bem ao lado, continua rodeado por centenas de manifestantes que protestam contra o projeto de lei. Ao ser anunciado a suspensão da sessão do Senado, os manifestantes aplaudiram e gritaram palavras de ordem contra o governo e os bancos.

Depois do fracasso das negociações, Capitanich admitiu que não estava descartada alternativa alguma, inclusive um decreto de necessidade e urgência do Poder Executivo para resolver a questão do corralito.

Reunião em Olivos – O presidente Duhalde convocou uma reunião urgente de governadores provinciais para o final da tarde para tentar superar a crise. O porta-voz da presidência da Argentina, Eduardo Amadeo, garantiu que Eduardo Duhalde “não tem planos de renunciar”. A permanência de Duhalde na presidência voltou a ser o centro de um acalorado debate.