Mulheres são a metade do setor de serviços paulista
As mulheres estão se tornando a principal força de trabalho do Estado de São Paulo. Elas já ocupam 40% dos postos regulares com carteira assinada, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). E mais: as paulistas concentram-se no mercado que mais cresce e que representa 54% do Produto Interno Bruto do Estado: o setor de serviços, onde já representam 50% dos empregados.
Para o Ministério, o setor de serviços tem tudo para ser dominado pelas mulheres. Segundo Leonardo Rolim, da Secretaria Executiva do MTE, as características do setor o tornam mais propício ao trabalho feminino. “É um setor que preza mais o potencial intelectual do que físico, por isso beneficia as mulheres”. Rolim destacou que a expansão do setor aconteceu paralelamente ao aumento da inserção feminina no mercado. “A indústria abriu muitos postos na época em que a emancipação feminina era menor”.
Segundo dados do IBGE, a média de anos de estudo das mulheres responsáveis por domicílios se equiparou à masculina na última década. “Como o setor de serviços procura pessoas com qualificação maior, as mulheres têm preferência.”
No entanto, Rolim destaca que o grande desafio da mulher do século XXI é a questão dos rendimentos. “Há um diferencial salarial forte entre homem mulheres, maior do que o existente entre negros e brancos. Há um fator cultural que leva o mercado a valorizar mais o trabalho masculino”.
Onde está o emprego
As micro e pequenas empresas são os maiores empregadores do Estado: 96,8% dos empregados formais estão em micro e pequenas, sendo que 83% deles trabalham em microempresas. Desses, 37% atuam em serviços e 38% com comércio.
O perfil empreendedor do Estado também chama atenção. Dos 639.895 trabalhadores formais do estado, 11% são microempresários ou autônomos, ou seja, trabalham em empresas onde eles são os únicos funcionários. No comércio esse índice chega a 12% e nos serviços, a 10%.
Para o MTE, o emprego do futuro está no setor de serviços e na micro e pequena empresa. “Esse movimento é mundial”, diz Rolim. “O setor é típico de micro e pequena pois requer investimento inicial menor e mais especificidade no serviços, o que dificulta a entrada da grande empresa, pois ela precisa de escala para produzir”, conclui.