Notícias

Comércio sazonal amplia sua participação no varejo

Guarulhos, 05 de junho de 2002

Aproveitar a sazonalidade é uma tendência hoje no comércio em geral. A opinião é do economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Fábio Pina.

O comércio sazonal inclui desde lojas que funcionam o ano inteiro, e adaptam a oferta de produtos conforme a época e as datas comemorativas, até os estabelecimentos que abrem em determinados períodos e depois fecham as portas.

Esse tipo de comércio está presente, principalmente, na região da rua 25 de Março, no centro de São Paulo. “As lojas têm atividade permanente. O que acontece é a mudança de estoque em função da estação”, explica o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo.

“A sazonalidade é uma característica da 25 de Março”, diz a presidente da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), Mariana Laskani. Ela ressalta que pelo menos 40% das lojas da região trabalham com o “comércio de oportunidades sazonais”, e que a grande variedade de produtos desses estabelecimentos facilita essa atividade.

“Alguns setores têm mais outros têm menos sazonalidade”, afirma Pina. Segundo ele, a atividade sazonal mais evidente está nos bazares e os armarinhos. Junto com Brás, Pari e Bom Retiro, a 25 de Março representa 48% do comércio de São Paulo, segundo Mariana Laskani.

O Rei do Armarinho conta com uma área específica para produtos sazonais, que em épocas como Natal e Páscoa corresponde a 35% da área total da loja. “Esses produtos respondem por 40% do faturamento no Natal e na Páscoa”, informa o assistente da diretoria, Pierre Sarruf.

O setor especial para comércio sazonal do Armarinhos Fernando, segundo o gerente geral da matriz, Márcio Eduardo Gavranic, é de 10% da área de vendas. As seis lojas têm 90 mil itens.

De janeiro a março, é época de volta às aulas e carnaval nessas lojas. Depois vem Páscoa (abril), Dia das Mães (maio), Dia dos Namorados e Festas Juninas (junho), Dia das Crianças e Natal (de setembro a dezembro).

Existe também um comércio de época de lojas que abrem para vender produtos para uma determinada data comemorativa, como Natal, Páscoa e Festas Juninas, e permanecem fechadas durante o resto do ano. É o caso das três lojas de fogos de artifício China Show, em São Paulo, que, segundo o gerente, Miro Soares, vendem principalmente em junho, novembro e dezembro.

“Só vale a pena manter o negócio aberto o ano inteiro se a receita cobre o custo variável nos períodos de sazonalidade baixa”, observa Fábio Pina.

Segundo Solimeo, há também locais em que essas empresas se revezam conforme a época.

Além disso, existem pessoas que comercializam produtos para datas comemorativas em lojinhas de garagem. “Geralmente esse comércio é complemento de renda familiar, não atividade principal”, afirma.

Mila Marques