Micro e Pequenas Indústrias afirmam que crise econômica continua
Datafolha revela que 88% dos micro e pequenos industriais de SP ainda sentem reflexos da crise
O cenário da economia brasileira vem apresentando lentos sinais de recuperação. Mesmo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 0,1% no 3º trimestre de 2017, 88% dos micro e pequenos industriais do Estado de São Paulo afirmam que a crise econômica ainda afeta os negócios.
O levantamento é da 59ª rodada do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria (MPIs) de São Paulo, e revela também que apenas 4% das MPIs possuem capital de giro mais do que suficiente. Já os micro e pequenos industriais que tiveram um péssimo faturamento em dezembro de 2017 somam 36%.
Para o presidente da Associação Comercial Empresarial de Guarulhos, William Paneque, os micro e pequenos empresários são os que mais sentem as consequências de uma crise econômica. “E ainda assim, esses são os que mais geram empregos, sem as mesmas condições de negociação e investimento que os grandes têm de alavancarem seus negócios”, avaliou Paneque.
Otimismo mesmo diante de dificudades
A pesquisa feita pelo Datafolha revela ainda que 62% dos MPIs têm dificuldade com a administração tributária, ou seja, duas em cada três empresas. Outros 31% têm dificuldade com problemas trabalhistas. “Os problemas apontados pela pesquisa são reflexos da crise econômica dos últimos anos. Porém, as micro e pequenas indústrias precisam de mais macro políticas públicas como linhas de crédito adequadas, para aquecerem o mercado interno e abrirem mais vagas de emprego”, pontua o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi), Joseph Couri.
Apesar dos entraves enfrentados pelos empresários da categoria, a pesquisa apontou que as MPIs estão otimistas com o próprio negócio. A expectativa positiva atingiu o maior nível já registrado desde 2013, totalizando 151 pontos em uma escala de até 200.