A Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos marcou presença em ato coordenado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com lideranças do setor produtivo e diversas entidades, nesta segunda-feira, 17/02, na capital paulista, contra o aumento de impostos, o desemprego, as PECs 45 e 110, pela simplificação tributária e a desoneração da folha de pagamento. Mais de mil pessoas estiveram presentes.
“São pautas urgentes que precisam ser ouvidas pelo Poder Legislativo e pela sociedade como um todo. Em um momento no qual a economia começa a dar sinais de recuperação é imprescindível que a classe produtiva tenha participação garantida em decisões que afetam diretamente na atividade empresarial, que gera emprego e renda”, afirmou o presidente Silvio Alves.
A ACE-Guarulhos esteve representada pela diretora de Relações Tributárias, Silvana Araújo, e o superintendente Maurici Dias Gomes. O ex-presidente William Paneque, VP da Região Administrativa 03 (RA-03, do Alto Tietê) da Facesp, também esteve presente.
Segundo o presidente da ACSP, Alfredo Cotait Neto, as propostas não atendem aos objetivos do empreendedor e falta diálogo por parte do Congresso para explicar todos os pontos. “Chegamos à conclusão que a população, os empresários e a sociedade não estão sendo ouvidos”, disse Cotait. “Queremos falar aos nossos políticos para que haja uma melhor explicação sobre estas propostas e para nossas sugestões sejam ouvidas”, disse.
Para Cotait, as PECs 45 e 110 não atingem os anseios da população. “Queremos também a desoneração da folha de pagamento para que possamos gerar mais empregos. E por isso precisamos de uma discussão ampla sobre o que está sendo feito em Brasília”, completou.
O evento teve a participação de Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, que alertou para uma possível onda de falências caso as propostas sejam aprovadas. “Se forem aprovadas do jeito que estão, microempreendedores que têm 1% de lucro, e que sequer precisam fazer contabilidade, vão pagar tributos de mais de 20% sobre seu faturamento. Isto levaria quase todas estas pessoas à falência”, avaliou.
Segundo Luigi Nese, presidente fundador da Confederação Nacional de Serviços (CNS), a reforma já deveria ter acontecido. “Fazemos um trabalho para tentar a redução da carga tributária há 20 anos. Se tivesse feito isso antes, agora estaríamos em uma situação econômica muito melhor”, explicou. “Queremos defender a reforma tributária, a redução da carga tributária e a redução da folha de pagamento, especialmente no setor de serviços, que é o que mais emprega no país”, finalizou.
Membros do Congresso também defenderam que haja mais diálogo na discussão sobre o texto final das PECs 45 e 110. De acordo com o senador Major Olímpio, foi contratada uma consultoria para a formulação das propostas. “É preciso que os políticos que estão discutindo as PECs 45 e 110 escutem mais a população e os empresários antes de definirem o que vai para votação, para que estes setores não sejam os mais prejudicados”, afirmou.
Embora existam pontos de discórdia, a ideia de uma reforma tributária vai de encontro ao que pensam os empresários. “Não somos contra mudar a maneira como os impostos são cobrados, pelo contrário. Apoiamos as mudanças, desde que esta seja feita de forma adequada, atenda aos anseios da população e favoreça o pequeno empresário, que é o maior empregador do país”, completou o presidente da ACSP.