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Agências e emissoras esperam novos negócios com vitória do Brasil

O clima no meio publicitário está mais para “liquidação agora ou nunca” do que de preparação para comemorar o pentacampeonato. Quem já fez suas apostas comprando antecipadamente cota de patrocínio em emissoras de televisão, rádio e jornais fica só na torcida. Quem não o fez, corre atrás do prejuízo em busca de espaço livre para anúncios de oportunidade. Afinal, os jogos do Brasil estão batendo recordes de audiência e alavancando todo e qualquer programa relacionado ao tema futebol – a média de audiência no jogo de ontem foi de 69,3% com pico de 71,5% e 89,4 pontos de share – que significa que dos televisores ligados no horário do jogo, 89,4 estavam sintonizados no jogo.

“Essa semana deve ser bastante movimentada por parte daqueles que ainda não anunciaram. Quem não pegar esse bonde agora não pega mais”, comenta o diretor de mídia do Grupo Talent Adrian Ferguson. Ele próprio teve de correr para preparar uma campanha para a Tubos e Conexões Tigre que resolveu entrar na mídia só nesta etapa de oitavas-de-final. “Já estamos nos preparando para mais uma ação por conta das quartas-de-final”, diz Ferguson.

O diretor de atendimento da W/Brasil, Alexandre Grynberg também prevê maior movimentação nas agências nesta semana. “Estamos entrando na fase do tudo ou nada tanto para emissoras quanto para anunciantes. A própria TV Globo está oferecendo pacotes avulsos para os retardatários”, conta Grynberg que criou uma campanha para um desses retardatários, o energético Red Bul. “O momento é bom para produtos de consumo e, depois do jogo de hoje (ontem), acho que todo mundo vai correr”.

Rapidinho e no pique

Pelo lado das emissoras a movimentação também é grande. A TV Gazeta de São Paulo, que não transmite os jogos mas mantém no ar três programas sobre futebol, comemora o ótimo desempenho comercial do mês de junho e prepara-se para mais. “O faturamento está 20% superior ao do mesmo mês do ano passado e acredito que nesta semana deve subir mais uns 10%. Se o Brasil for para a semifinal, então, aí é só partir para o abraço”, comenta animado o diretor comercial da Gazeta, Luiz Fernando Taranto.

O diretor comercial da Globosat – que opera o canal SporTV, Cláudio Santos, também espera faturar mais ao longo desta semana. “Creio que teremos bastante coisa na linha de apoio e incentivo à Seleção Brasileira”, estima. Ele não revela números mas diz que o faturamento deste mês está 90% superior ao de junho de 2001. “Por mais maltratado que seja nosso futebol ele ainda consegue mobilizar o País e movimentar a economia”.

O diretor-comercial da Rádio Bandeirantes – uma das doze emissoras de rádio brasileiras que transmitem a Copa -, Marcelo Mainardi diz que antes do evento a ociosidade do espaço publicitário nas madrugadas era de 40% a 45% e desde o início da competição passou para 30%. Mas Mainardi não crê em aumento de anúncios de oportunidade ao longo desta semana. “Quem tinha que fazer já fez”.

Só depois do meio-dia

A exemplo da zaga, do meio de campo e do ataque brasileiro, o País também parou na hora do jogo contra a Bélgica. Em Fortaleza, o comércio só abriu suas portas após o jogo – inclusive os supermercados que funcionam 24 horas. Na região do Vale do Paraíba o expediente na maioria das empresas começou após as 13 horas. Em algumas empresas, como a Kaiser, até mesmo o pessoal que trabalha em setores essenciais tiveram a oportunidade de acompanhar o jogo por um telão instalado no meio da área de produção. Na Volkswagen, em Taubaté, cerca de 2,5 mil funcionários do primeiro turno não trabalharam ontem e o expediente para os mensalistas começou às 13 horas – mesmo horário adotado pela Embraer.

“Durante o jogo não registramos um pedido sequer mas foi só terminar a partida para choverem pedidos”, comenta o gerente de comércio eletrônico do Magazine Luiza, Oderi Gerin Leite. O movimento também aumentou nas lojas da rua 25 de março – tradicional concentração de comércio popular de São Paulo. O trânsito da cidade aliás mudou seu horário de pico que ontem foi registrado às 11h.

As padarias cariocas também comemoraram a alteração da rotina dos brasileiros. Segundo o presidente da Associação de Panificação do Estado do Rio de janeiro, Antônio Borges da Costa, há aumento em 25% no movimento das padarias quando o time brasileiro entra em campo. Segundo ele, o incremento representará um faturamento de R$ 5 milhões para o setor no mês de junho.

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