Os alimentos continuaram a pressionar a inflação oficial em maio deste ano, com aumento de preços de 1,37% no mês. O grupo “despesas com alimentação e bebidas” respondeu por quase metade da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 0,74% em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os alimentos que mais subiram de preços aparecem cebola (35,59%), tomate (21,38%) e cenoura (15,9%), além de carnes (2,32%), pão francês (1,6%), macarrão (1,42%) e leite longa vida (1,32%). Em 12 meses, terminados em maio, os alimentos acumulam alta de 8,8%, pouco acima da inflação média (8,47%).
Para o presidente da ACE-Guarulhos, Jorge Taiar, a inflação não deve baixar tão cedo. “O discurso do Banco Central de que a inflação vai convergir para o centro da meta em 2016 não cola”, avalia. “O BC vai continuar a elevar a taxa Selic, mas o IPCA só deve cair em 2017.”
Outro grupo de despesas que teve impacto importante na inflação de maio foi “habitação”, com taxa de 1,22%. Principal responsável por essa alta de preços, a energia elétrica, com inflação de 2,77%, foi também o item individual que mais pesou no IPCA de maio.
Em 12 meses, o grupo de despesas habitação teve inflação de 17,59%, aumento puxado pela energia elétrica que, no período, ficou 58,47% mais alta para o consumidor brasileiro.
A variação de 0,74% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio, bem próxima da média de 0,71% de reajuste dos preços em abril, demonstra de forma clara que o ajuste econômico que vem sendo feito pelo governo passou a ser adotado pelas famílias dentro de suas casas. A avaliação é do economista Marcel Caparoz. E esse ajuste familiar está sendo feito por meio da redução da demanda de serviços.
“As famílias já estão reduzindo a demanda por serviços por conta do desemprego e da redução da renda”, diz o economista. A inflação de serviços, de 8,23%, diz ele, é ainda muito alta e não deve cair até o final do ano.
(Com informações do Diário do Comércio)