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Aposta contra o calote

Os telefones fixos pré-pagos estão se tornando um forte aliado contra o alto nível de inadimplência das operadoras, que atualmente chega até 8% de sua receita, enquanto a média mundial é de 2%. Vésper, Brasil Telecom, CTBC e Sercomtel já descobriram esse serviço.

O projeto fixo pré-pago da Telemar está sendo analisado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A agência já homologou o serviço para a Embratel, o que prova seu interesse nesse mercado.

No Rio, os cariocas já contam com esse sistema por meio da Vésper. A empresa oferece dois tipos de aparelhos fixos pré-pagos portáteis: Quiocera, por R$ 259, e LG, por R$ 329. O usuário pode optar por dois tipos de planos mensais, um de R$ 59 e outro de R$ 99. A diferença é o volume de chamadas para celulares e interurbanos nacionais. As ligações locais são livres. O preço do minuto é o mesmo da conta normal: R$ 0,26.

“É uma evolução. Existe uma tendência de utilização do fixo pré-pago para evitar a inadimplência e como forma de reduzir custos”, afirma o vice-presidente da Unidade de Negócios Residenciais da Vésper, Wilson Cappellete. Segundo ele, a empresa reduz custos com o sistema porque não emite mais contas, por exemplo.

Para o gerente-sênior da Deloitte Consulting, Carlos Henrique Rocha, o fixo pré-pago é uma boa oportunidade. “O mercado não tem mais para onde crescer e as operadoras sofrem com a inadimplência. A opção passa a ser o pré-pago”, diz. Ele lembra que, em geral, o minuto da ligação de um pré-pago é mais caro do que o tradicional, a exemplo dos celulares.

Na CTBC, por exemplo, um minuto pré-pago custa R$ 0,12. Na ligação tradicional, cobra-se R$ 0,09 pelo pulso (quatro minutos). Segundo o coordenador de gestão de segmentos da CTBC, Aldo de Almeida, o fixo pré-pago contribuiu para a empresa ter hoje um baixo índice de inadimplência: 3,5% sobre a receita.

Em Londrina (Paraná), a Sercomtel tem 160 mil telefones e 1% deles é pré-pago, sendo que até o fim deste ano a fatia deve saltar para 10%. A Brasil Telecom quer passar de 2 mil linhas para até 90 mil este ano.

Alberto Komatsu

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