“Desde 1996, dois anos depois do Plano Real, quando o mercado começou a formar memória histórica de quanto custa cada produto ou serviço, os raciocínios de formação de preço e obtenção de lucro mudaram”, explicou o professor Antônio Jesus Cosenza, do departamento de marketing da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Eaesp).
Antes do Plano, lançado em 1994, o preço final era calculado a partir de custo mais margem de lucro que a empresa pretendia obter. “A inflação era enorme e não havia referência de preços no mercado”, disse Cosenza.
Ele acrescenta que, depois do Plano, quando o mercado formou referência de preços (o consumidor já sabe se um produto vale o que está sendo pedido), o raciocínio para obter lucro mudou. Então, o cálculo é feito da seguinte forma: margem de lucro > preço (aceito pelo consumidor) – o custo do produto.
Segundo o professor da FGV-Eaesp, este é o “X” da questão. O micro e pequeno empresário tem que saber formar o menor custo para ganhar em margem, tornando-se competitivo. “O preço não é só formado pelos custos diretos, têm que ser somados os custos indiretos também. Muitos esquecem isso”, explicou Cosenza. (ver matéria abaixo).
“Depois do Plano Real, o empresário começou a pensar: ou sou competitivo ou não lucro”.
Érica Polo