Os argentinos que mantêm contas correntes e poupanças em dólares não poderão mais realizar saques na moeda norte-americana. O vice-ministro da Economia, Jorge Todesca, informou hoje que os depósitos serão convertidos em peso pelo câmbio oficial, de 1,40 peso por dólar.
Segundo o jornal “Ámbito Financiero”, isto significa que, em vez da retirada mensal de US$ 500, os argentinos que têm depósitos em dólares vão sacar 700 pesos.
Em declarações a uma rádio local nesta manhã, Todesca confirmou ainda que o governo está “buscando meios de flexibilização” do limite de saques bancários (o chamado “corralito”, curralzinho em português) que não exerçam “pressão sobre o mercado de câmbio”.
Ontem, o dólar chegou a ser negociado a 2 pesos nas casas de câmbio e bancos argentinos. O Banco Central do país viu-se obrigado a fazer a primeira intervenção desde o fim do regime de conversibilidade.
Apesar da ação, a moeda norte-americana teve alta de 14,7% nos bancos e fechou cotada a 1,95 peso, contra 1,70 peso do fechamento do dia anterior. Já nas casas de câmbio o dólar teve alta de 11,42%, vendido a 1,95 peso.
Mas para Todesca, a alta do dólar no mercado livre “não é nada inquietante, porque é um mercado pequeno, que tem poucas transações”.
No entanto, ele reconheceu que o país vive “uma situação de equilíbrio frágil”. Segundo o vice-ministro, esta tendência será superada “quando forem retomadas as negociações internacionais para obter ajuda financeira, que ocorrerá quando terminarmos o programa econômico e o apresentarmos ao Congresso”.
Bolsa
A diretoria da Bolsa de Buenos Aires, a Merval, se reúne nesta manhã, a partir das 10h (11h em Brasília), para discutir se a Bolsa, fechada desde 4 de janeiro, tem condições de voltar a operar hoje.
Mas, para investidores e analistas, o mercado acionário portenho deve continuar sem funcionar.As restrições imposta pelo governo ao movimento de contas bancárias em dólares provocou um problema de liquidez para os agentes da Bolsa, inviabilizando os negócios.