Atentados afetaram a economia
No aniversário dos ataques do dia 11 de setembro, homenagens aos mortos na tragédia serão feitas por todo o país. Mas o clima é de apreensão. Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, cerca de 9 entre cada 10 americanos acreditam na possibilidade de novos ataques terroristas em breve.
Segundo Maurice Costin, diretor de Relações Internacionais de Comércio Exterior da Fiesp, a insegurança é a maior seqüela deixada. “A sociedade americana ainda não se refez”, diz. E esse comportamento influi na economia. Segundo Costin, o PIB americano já estava crescendo pouco. Mas depois dos ataques, piorou. A estimativa é a de que cresça apenas 1% ou 1,5% este ano.
Os atentados não foram os únicos responsáveis pela retração econômica. Soma-se a isso os escândalos das grandes corporações dos EUA que vieram à tona ao longo deste ano. “A crise da bolsa não tem ligação direta com os atentados, ela ia acontecer de qualquer forma”, explica Costin.
“Mas com os atentados a economia piorou, e se isso não tivesse acontecido, a crise afetaria menos a população”. Na análise de Costin, uma vez abalada, a sociedade americana mudou também seu comportamento como consumidora. E a bolsa, antes vista como um lugar seguro para os investimentos, deixou de ser vista dessa forma.
Prejuízo Os setores que foram mais prejudicados após 11 de setembro são os da aviação e do turismo. Ainda em setembro do ano passado, o governo americano socorreu o setor da aviação com um pacote de US$ 15 bilhões. Mas o socorro não foi suficiente: empresas menores quebraram; em agosto, a US Airways pediu concordata e United Airlines, que perdeu duas aeronaves nos ataques, está prestes a ter de pedir um tempo aos credores.
Outro setor que ficou fortememente abalado foi o turismo. Tanto dentro dos EUA quanto fora, uma vez que os americanos são os que mais viajam.
Débora Rubin