Balança comercial mantém ritmo de crescimento
A balança comercial brasileira mantém o ritmo para alcançar um saldo positivo superior a US$ 28 bilhões no fim do ano, conforme as previsões do governo, reafirmadas no Informe Conjuntural da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o primeiro semestre de 2004. De janeiro até o fechamento da segunda semana deste mês, o Brasil exportou US$ 46,078 bilhões e importou US$ 29,985 bilhões, com superávit de US$ 16,093 bilhões.
Na segunda semana de julho, as exportações chegaram a US$ 2,073 bilhões e as importações, a US$ 1,300 bilhão, o que resultou em um saldo positivo de US$ 773 milhões. A média das exportações entre os dias 5 e 11 chegou a US$ 414,6 milhões, 18,6% superior à média de US$ 349,5 milhões da primeira semana.
Destaques – O resultado foi influenciado pela expansão nas vendas de semimanufaturados (69,2%), que passaram de US$ 39,6 milhões para US$ 67 milhões, principalmente por causa de ferro ou aço, alumínio em bruto, açúcar em estado bruto, celulose, couros, peles, e ferro-liga. Também teve peso o aumento das vendas de produtos básicos (69,1%), que passaram de US$ 81,5 milhões para US$ 137,8 milhões, principalmente nos casos de soja em grão, minério de ferro, farelo de soja, carne bovina, petróleo em bruto, café em grão e carne suína.
Os produtos manufaturados, no entanto, apresentaram retração de 8,4%, passando de de US$ 220 milhões para US$ 201,5 milhões. As maiores quedas foram nas vendas de laminados planos, calçados, aviões, motores para veículos, madeira compensada e veículos de carga. As importações, sobre igual período comparativo (média da segunda semana/média da primeira semana), cresceram 21,5%, passando de US$ 214 milhões para US$ 260 milhões.
Os resultados da política de exportação brasileira e a conta de serviços vêm permitindo um saldo positivo crescente das transações correntes, sobrando assim mais dólares para o País, que no momento registra queda na entrada líquida de capitais estrangeiros, ante o cenário internacional em turbulência, conforme destaca o relatório semestral da CNI.
Ao lado das exportações, as importações são o sinal de uma retomada do crescimento econômico. “O crescimento das compras externas também vem se dando de maneira generalizada, atingindo todas as categorias de uso”, diz o levantamento da CNI.
O trabalho do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vem permitindo a conquista de mercados não-tradicionais. Na medida do possível, também procura superar impasses corriqueiros, próprios da atividade comercial, com o objetivo de manter o nível de exportações para os mercados tradicionais. Esse trabalho envolve a participação ativa do Brasil nos foros internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), para assegurar os direitos do exportador, ante o protecionismo dos ricos.
Empreendedor – Ao mesmo tempo, o ministério procura estimular a profissionalização das empresas nacionais para o trabalho de exportação, porque a política do governo é o avanço sucessivo do saldo comercial. O governo quer estender também às empresas o maior apoio institucional, estudando formas de desburocratizar o seu relacionamento com o Estado.
O Ministério da Fazenda estuda, em conjunto com outras pastas, a simplificação do funcionamento da atividade comercial para pessoa física, potencial microempresário. O estudo leva em consideração que um grande contingente de cidadãos que participa da atividade produtiva ainda está fora da política de exportação: dos cerca de 4 milhões de pequenos empreendimentos que existem no Brasil, um total inferior a 10 mil micro e pequenas empresas participam da pauta de exportações.