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Brasil joga mal, mas tem apoio da torcida

Guarulhos, 16 de agosto de 2001

Folha ImagemA estratégia da CBF funcionou. A realização do jogo contra o Paraguai em Porto Alegre resultou em vitória por 2 a 0 e, se não resgatou o abalado prestígio do futebol do Brasil, ao menos deixou o país em situação mais tranquila para conquistar a vaga na Copa do Mundo de 2002.

A equipe brasileira entrou em campo com poucas chances de sair da zona de classificação das eliminatórias sul-americanas para o Mundial precisava perder por sete gols de diferença.

Com os três pontos conquistados hoje, manteve-se na quarta posição, com 24, três à frente do Uruguai, que beneficiou o Brasil ao perder para a Venezuela.

Mesmo sem jogar um grande futebol, o técnico gaúcho Luiz Felipe Scolari conseguiu, em seu Estado, apoio dos torcedores, fugindo das constantes vaias e cobranças das torcidas de São Paulo e Rio de Janeiro.

O treinador usou de diplomacia para garantir o suporte. Escalou três jogadores que formaram a base do time do Grêmio campeão da Copa do Brasil-2001, os volantes Tinga e Eduardo Costa e o meia-atacante Marcelinho Paraíba, que ganhou o lugar na equipe de Leonardo.

O gol marcado logo aos 5min por Marcelinho Paraíba, de cabeça, após cruzamento de Belleti, serviu tanto para tirar a pressão dos jogadores como para acalmar a torcida, que suportou o mau futebol apresentado pelo Brasil sem grandes reclamações.

O ataque brasileiro no primeiro tempo se resumiu, descontando o gol, a dois chutes de Rivaldo, um deles em cobrança de falta. A equipe paraguaia, jogando no contra-ataque, chegou perto do empate.

No segundo tempo, o Brasil foi beneficiado pelo juiz Helmut Krug, que deixou de marcar um pênalti, logo aos 2min, quando Rivaldo colocou a mão na bola dentro da área.

O time brasileiro seguiu sem criatividade até Scolari trocar Marcelinho Paraíba por Denílson, ato que provocou a única reprovação que recebeu da torcida em todo o jogo. E foi justamente este jogador quem, em jogada de habilidade, proporcionou o segundo gol.

Aos 24min, Denílson fez grande jogada individual pela esquerda, driblou duas vezes o zagueiro Sarabia e cruzou para Rivaldo marcar de cabeça.

Agora, o Brasil tem mais quatro jogos para confirmar a classificação. O próximo e mais difícil será realizado no dia 5 de setembro, em Buenos Aires, contra a Argentina. Depois, enfrenta Chile (em casa), Bolívia (fora) e Venezuela (em casa).

BRASIL

Marcos; Roque Júnior, Cris e Juan; Belletti, Eduardo Costa, Tinga, Rivaldo (Vampeta) e Roberto Carlos; Marcelinho Paraíba (Denílson) e Edílson (Leonardo)

Técnico: Luiz Felipe Scolari

PARAGUAI

Chilavert; Arce, Cáceres, Sarabia e Sanabria; Struway (Campos), Paredes, Gavillan e Acuña; Cardozo e Roque Santa Cruz (Ferreira)

Técnico: Sérgio Markarian

Local: estádio Olímpico, em Porto Alegre

Juiz: Hellmut Krug (ALE)

Cartões amarelos: Marcelinho Paraíba (B) e Struway (P)

Gols: Marcelinho Paraíba, aos 5min do primeiro tempo; Rivaldo, aos 24min do segundo tempo