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Caramuru reinventa o Descobrimento com bom humor.

Comédia histórico-romântica, Caramuru – A Invenção do Brasil é, assim como O Auto da Compadecida, também dirigido por Guel Arraes, uma transposição para o cinema de um especial de televisão, concebido para comemorar os 500 anos do Descobrimento. Caramuru é também o primeiro filme brasileiro feito no sistema de alta definição de imagem (HDTV).

Utilizando como ponto de partida um triângulo amoroso verdadeiro – o programa da televisão também continha aspectos documentais – Caramuru narra, em ritmo televisivo, a história de Diogo Alvares (Selton Mello), jovem pintor português que, em 1500, é deportado.

Seu crime foi estar envolvido no desaparecimento de um importante mapa, ao qual tinha acesso por trabalhar para o cartógrafo do reino (um impagável Pedro Paulo Rangel). O mapa foi roubado pela sedutora Isabelle (Deborah Bloch), uma gananciosa cortesã a serviço de Vasco de Athayde (Luís Mello), que deseja chegar às Índias antes de Cabral.

Um naufrágio a caminho do exílio leva Diogo a um paraíso tropical, habitado pelos índios Tupinambás. Lá (ou melhor, aqui), o artista será rebatizado Caramuru e vai se apaixonar pelas irmãs Paraguaçu (Camila Pitanga) e Moema (Deborah Secco).

Por sinal, o desempenho sexual de Caramuru talvez tenha sugerido o famoso slogan da marca homônima de fogos de artifício. No papel de pai das moças e chefe da tribo, Tonico Pereira tem algumas das melhores piadas.

Caramuru – A Invenção do Brasil é uma produção caprichada, que alia texto (de Arraes e Jorge Furtado, com diálogos rápidos e humor sexual, político, social e cultural) e elenco inspirados. A loquacidade dos personagens poderia ter sido melhor dosada, mas nada que chegue a prejudicar o filme.

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