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Carros “quase” de plástico

Guarulhos, 07 de março de 2002

Montadoras aumentam o uso de resinas em caminhões e automóveis. No início, havia desconfiança quanto à resistência do material. O avanço da tecnologia na produção, porém, encarregou-se de desfazer a impressão e o plástico já é usado não apenas nas tampas de combustíveis e maçanetas, como nos primeiros tempos, mas até em pára-choques – não só de carros, mas de caminhões.

A DaimlerChrysler vai aumentar de 30% para 50% a participação de resinas termoplásticas em vários itens, do acabamento interno e externo a sistemas de arrefecimento, tubulação de óleo de freio e de ignição eletrônica. O novo caminhão pesado da série 4 da Scania, outro exemplo, vem com 130 kg de resina termoplástica no lugar dos antigos 65 kg. Várias razões explicam a crescente opção pelo plástico, hoje usado em 22% dos componentes de um automóvel nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, a participação ainda está entre 12% e 15%, segundo o Instituto Nacional do Plástico (INP).

Em primeiro lugar, o plástico facilita a moldagem das peças e tem um custo de aplicação 40% inferior ao do aço e outros metais. Depois, é mais leve e isso significa carros com agilidade e caminhões com maior capacidade de transportar carga. Mais ainda, atende às normas de proteção ao meio ambiente, que exigem das fábricas um aumento da participação das peças recicláveis como as de resinas plásticas. “O plástico tornou-se um assunto estratégico para as montadoras”, afirma Gilmar Lima, diretor geral da MVC Componentes Plásticos, divisão do grupo Marcopolo e uma das principais fornecedoras da indústria automobilística. Com o aumento da demanda, a MVC fez parcerias com empresas nos Estados Unidos e na Alemanha para obter tecnologia e montou um centro de desenvolvimento na França. O faturamento da empresa, de R$ 8 milhões em 1997, cresceu para R$ 46 milhões em 2001.