Cartões clonados no caixa eletrônico do próprio banco
Mais de 120 correntistas do banco Itaú na região de Perdizes foram vítimas de estelionatários que clonaram os seus cartões e realizaram saques e compras. Cada um foi lesado, em média, em R$ 3 mil, e o prejuízo inicial supera os R$ 300 mil. A clonagem foi feita por aparelhos chamados skimming, ou “chupa-cabra', como diz a polícia. Vários skimmings foram instalados nos caixas eletrônicos do banco. Investigadores do 23º DP trabalham no caso.
Funcionários do banco já foram ouvidos e ninguém foi preso.
Com cerca de 15cm por 10cm, o “chupa-cabra” é um equipamento fabricado na China, e chega ao Brasil por contrabando. Colocado perto de um cartão, ele registra os seus dados magneticamente. Mais tarde, o skimming decodifica esses dados e os repassa para um computador. Com programas específicos, as informações são novamente registradas magneticamente e armazenadas em outro cartão, o clone.
Foi o que aconteceu com pelo menos 120 clientes do banco Itaú. A polícia investiga como os “chupa-cabras” foram instalados dentro dos caixas eletrônicos sem que os responsáveis pela manutenção tenham percebido.
Outra dúvida é como os estelionatários tiveram acesso às senhas das vítimas.
Muitas vezes, os criminosos conseguem esses dados instalando câmeras de vídeo nos caixas eletrônicos. A polícia não descobriu nada nesse sentido. O Itaú não quis comentar o caso, mas já informou que arcará com os prejuízos dos correntistas.
A clonagem de cartões, juntamente com o uso de cheques de terceiros e furtos pela Internet, representam metade do total de crimes relacionados a bancos, segundo levantamento do coronel da reserva da PM Paulo César Fontes – criador de um sistema que esmiúça dados de boletins de ocorrência, criando estatísticas que orientam a polícia na zona oeste da capital e em outros Estados.