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Comércio cai 5,8% em maio, apesar do Dia das Mães

Guarulhos, 02 de junho de 2015

Como era o esperado, as vendas do comércio paulistano em maio fecharam o mês em queda. Em comparação a 2014, ela foi de 5,8%, registrando menos 5% nas vendas a prazo e 6,6% nas vendas a vista.

A informação está na pesquisa Balanço de Vendas, da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

Os números apenas são positivos quando comparados aos de abril, que já foram excepcionalmente fracos. Nesta base de comparação as vendas cresceram 24,1%, em média, considerando as vendas a prazo (8,2%) e as à vista (40%).

Esses indicadores refletem a restrição ao crédito, a diminuição da massa salarial e a insegurança do consumidor em relação ao emprego, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo).

Os dados também confirmaram a intenção do consumidor de gastar apenas com itens de menor preço, como artigos de beleza, joias e acessórios. Já vendas a prazo se concentraram em smartphones e itens como batedeiras e processadores de alimentos.

“Além dos fatores macroeconômicos, em 2014 a data antecedeu a Copa da Mundo – o que, no período, puxou as vendas de TVs e refrigeradores”, diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.

Mesmo assim, apesar dos números negativos, comparado ao boom do consumo dos últimos 12 anos, a queda nas vendas ainda deve se manter na faixa entre 3% e 4%, afirma.

“Mas a tendência é de que as vendas continuem em queda em 2015, tendo em vista o atual cenário de reajuste econômico e de combate à inflação”, completa Burti.

ESTABILIDADE CONTINUA, MAS…

Nos indicadores de crédito do Balanço de Vendas da ACSP, o índice de inadimplência caiu 6,6% na comparação de maio com abril, e 4,3% ante igual período de 2014.

Segundo Alfieri, esse movimento é sazonal, com tendência a cair até o final do ano. “Mas também é um reflexo da própria queda das vendas a prazo”, afirma.

Quanto à recuperação de crédito, houve uma ligeira alta de 0,1% em maio, o que confirma a estabilidade do indicador. Por outro lado, caiu 6,1% ante maio do ano passado.

Isso indica que os dois índices se mantém estáveis, mas com ligeira propensão de alta. “Ambos ainda estão em níveis aceitáveis. Mas podem aumentar, dependendo de como ficarão as taxas de desemprego”, diz o economista.