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Comércio cresce nos anos 90, mas decai nos últimos 5 anos

Guarulhos, 11 de junho de 2002

A segunda metade dos anos 90 não deixará saudades para os comerciantes brasileiros. Pelo menos é o que mostra a Pesquisa Anual de Comércio referente a 2000, divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de ter registrado crescimento médio ao longo de 10 anos em todos os indicadores, o estudo mostra que os mesmos recuaram entre 1996 e 2000.

O número de empresas e estabelecimentos, por exemplo, sofreu forte queda. Iniciou os anos 90 com crescimento de cerca de 56%, mas na segunda metade, o aumento do total de empresas elevou-se 6% e o de unidades comerciais cresceu apenas 3%. Mesmo assim, o crescimento total em toda a década foi de 65%.

O mesmo aconteceu com a receita dos comerciantes, de atacado e varejo: enquanto na primeira metade da década o crescimento foi de 45%, nos últimos cinco anos foi de 10%. No balanço geral de 1990-2000, a receita total aumentou 59,9%.

O emprego no comércio brasileiro também encolheu nos últimos cinco anos na comparação com a primeira metade, mas, na década, cresceu 31, 7%. Entre 1990 e 1996, 700 mil vagas surgiram no setor. Já na segunda metade da década, o número de postos passou para 600 mil, somando 5,4 milhões de pessoas ocupadas em estabelecimentos comerciais em 2000.

Na década de 90, o número das empresas com até 19 trabalhadores cresceu 67,2%, o de empregados, 60,6%, e a receita em termos reais, 53,2%. Já o número de empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas aumentou 12,2%, o de empregados se manteve estável e a receita em termos reais cresceu 51,0%. Embora a remuneração dos trabalhadores nas empresas com 20 ou mais empregados tenha sido superior ao das empresas de pequeno porte, verificou-se que ao longo da década o salário médio neste segmento teve uma redução de 13,5%.

O domínio de grandes redes e a morte das lojinhas

A década de 90 marcou a economia pela abertura econômica e o domínio de grandes redes. Empresas de médio e grande porte reduziram o número de unidades comerciais – fechando pontos de venda deficitários -, terceirizaram serviços, introduziram novos métodos gerenciais de logística e iniciaram processo de automação.