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Compra da casa própria exigirá mais poupança

A classe média vai ter que poupar mais para ter acesso a um financiamento habitacional. A nova política de habitação em estudo pelo Governo traz uma divisão clara entre a política de interesse social e a de mercado e prevê uma contrapartida maior de recursos do mutuário. Além disso, o documento que será encaminhado ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, propõe mudanças na forma de correção das prestações e a fixação, via emenda constitucional, de um percentual mínimo da arrecadação de impostos que será destinado ao setor.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Valdery Albuquerque, destaca que a instituição não financia mais 100% do valor da casa própria para as famílias com renda superior a 10 salários mínimos e que a tendência é, cada vez mais, a diminuição do percentual a ser financiado, hoje em 80%.

– O ideal é que se financie valores menores e no menor tempo possível – disse. Segundo ele, quanto mais dinheiro a pessoa pegar emprestado e maior for o prazo de financiamento, mais caro ficará o sonho da casa própria. “O que no início é um prazer, a realização de um sonho, se torna um pesadelo com o passar do tempo”, argumentou. O presidente da Caixa explicou que o custo do financiamento reflete diretamente essa combinação de prazo e valor.

Inadimplência

De acordo com presidente da Caixa, grande parte da inadimplência decorre do fato de o mutuário não se programar para um endividamento de longo prazo. Como a prestação da casa própria varia ao longo do tempo de acordo com um indexador, o mutuário não consegue prever quanto da renda pessoal estará comprometida com o financiamento.

Albuquerque reconhece que os juros no Brasil ainda estão muito elevados e que o empréstimo sai caro. Daí o conselho para que o futuro mutuário junte algum dinheiro antes de procurar um financiamento para comprometer o mínimo possível de sua renda.

Para que o tomador do empréstimo tenha a clara noção do que vai pagar ao longo do tempo e também a evolução do seu saldo devedor, a Caixa pretende incluir no carnê de pagamento das prestações uma simulação do comportamento do financiamento. Com isso, o mutuário saberá o quanto já amortizou e quanto falta pagar.

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