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Consulta ao SCPC poderia evitar prejuízo ao varejo

Guarulhos, 15 de abril de 2002

artePesquisa realizada em março deste ano pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo, revelou que 75% dos emitentes de cheques sem fundo faziam parte também da lista de maus pagadores do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). “No geral, quando o consumidor se torna inadimplente em uma modalidade de crédito, tende à inadimplência também em outras formas de financiamento”, diz o presidente da Associação, Alencar Burti. A pesquisa constatou ainda que 68% dos emitentes de cheques sem fundo entrevistados já constavam do cadastro de inadimplentes do SCPC. “Ou seja, uma simples consulta ao serviço teria evitado o recebimento de tais cheques”, completa. De acordo com o levantamento, 87% dos cheques sem fundo foram usados para pagamentos pré-datados. Isto é, houve uma concessão de crédito por parte do lojista.

Persistentes – A pesquisa também revela que 56% dos entrevistados tinham mais de cinco “borrachudos” registrados no cadastro de cheques sem fundo da Associação, o UseCheque. Cerca de 20% tinham de 10 a 20 registros e 10%, mais de 20. Segundo a entidade, há uma média de 9,6 cheques sem fundo por CPF. “Essa situação é um problema para quem trabalha com cheques”, conclui.

As lojas de roupas e calçados são as que mais sofrem com a inadimplência, apurou a pesquisa – os cheques emitidos nessas lojas correspondem a 17% do total de cheques sem fundo. Em segundo lugar, aparecem os supermercados e os postos de gasolina, ambos com 13%. Entre as causas da inadimplência, o desemprego foi apontado como motivo principal, por 37% dos entrevistados. Mas o porcentual foi bem inferior ao apurado nas pesquisas do SCPC, de 56%. A segunda explicação dada pelos entrevistados foi o “descontrole do gasto” (25%). No SCPC, esse item teve 10% das respostas. Além disso, a maioria dos emitentes de cheques sem fundo (66%).

Meios eletrônicos – Segundo Burti, a grande preocupação da entidade com a questão dos cheques sem fundo levou a Associação a aprimorar o UseCheque. O cadastro conta com informações adicionais, que permitem cruzar os dados apresentados pelo emitente como forma de prevenir, principalmente, o uso do cheque roubado. No entanto, disse Burti, “é necessário que sejam adotadas medidas que possam dificultar a ação não apenas dos marginais, que se utilizam de cheques roubados, como a dos contumazes passadores de cheques sem fundo”. Segundo Burti, a Associação vem mantendo contato com o Banco Central na busca de soluções para o problema. “É equivocada a visão de que o cheque será rapidamente substituído por transações eletrônicas e, por isso, é fundamental o seu fortalecimento”, afirmou, acrescentando que a transição do cheque em papel para o eletrônico será gradativa. Por isso, concluiu, não será possível esperar até que essa transição ocorra para resolver o problema do cheque sem fundo, que causa prejuízos não apenas para o comércio mas, sobretudo, para os bons pagadores.

Nota: Os serviços de consultas citados também estão disponíveis através do Banco de Dados da ACIG. Informações pelo telefone 6463-9305 – Departamento Comercial.