Consórcio de imóveis cresce e participantes somam 95 mil
Desde que foi lançado no mercado dez anos atrás o segmento de imóveis por consórcio não registrava um crescimento tão expressivo no número de adesões quanto ao verificado no ano passado. Entre os meses de janeiro e dezembro de 2001 pelo menos 20 mil pessoas aderiram a esta modalidade de financiamento. Um aumento de 25% sobre o total de pessoas que ingressaram no sistema em 2000.
A entrada de pesos-pesados como o PanAmericano (em janeiro) e da Caixa Econômica Federal (prevista para março) deve impulsionar ainda mais as vendas. Hoje o segmento contabiliza 95,3 mil participantes ativos (que continuam pagando as prestações), de acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, Abac. Em 2000, o número não chegava a 80 mil.
Mais vendas – O crescente interesse de consumidores pelo consórcio de imóveis pode ser medido, ainda, pelo volume de cotas vendidas em todo o País. Segundo os dados consolidados do Banco Central, até agosto do ano passado foram comercializadas 60,7 mil cotas para a aquisição da casa própria, ou 46,2% a mais do que em 2000 (41,5 mil cotas). Comparada às demais categorias de consórcio, a de imóveis foi a que vendeu mais planos em 2001. Acima até mesmo das expectativas do setor. O resultado está sendo comemorado pelo mercado. “Considerando-se que o segmento de imóveis é o que tem as prestações com valor mais alto dentro do setor de consórcios por conta do elevado valor do bem, podemos concluir que o resultado é excelente”, diz Consuelo Amorim, a presidente da Abac.
Participação – A expectativa do mercado para 2002, segundo Consuelo, não se limita a manter o bom desempenho do ano passado, mas sim ampliar ainda mais a participação dos consórcios de imóveis no mercado. Hoje, o total de consorciados dessa modalidade representa 3% dentro de todo o setor, segundo a Abac. Atualmente, 77 administradoras estão autorizadas pelo Banco Central a atuar neste segmento, uma número duas vezes maior do que há três anos. Consuelo reconhece que parte do crescimento poderá vir da maior popularização que a área de imóveis deverá ter com a entrada no mercado da Caixa. A instituição financeira anunciou, no ano passado, sua intenção de constituir grupos de consórcios para os interessados em adquirir a casa própria.
Caixa – A Associação vê com bons olhos a presença da Caixa no sistema: “Não há nenhum receio por parte da entidade quanto à participação de uma instituição com o peso da Caixa Econômica Federal nesse mercado”, diz Consuelo. Para ela, a entrada da Caixa é bem-vinda porque ajudará não apenas a popularizar o sistema de consórcios de imóveis como também conferir maior credibilidade a esta forma de financiamento. Em janeiro o mercado teve outro sinal de que os negócios para o consórcio de imóveis podem, sim, crescer ainda mais. O Sistema Brasileiro de Televisão e a PanAmericano, empresas do grupo Silvio Santos, lançaram seu consórcio habitacional, batizado de “Plano Minha Casa”, com pesados investimentos em veiculação e ações de Marketing. Com previsão de vender inicialmente mil cotas mensais, o Plano Minha Casa teve 4,5 mil pedidos de adesão apenas no primeiro mês de funcionamento, entre os dias 8 de janeiro a 8 de fevereiro. Deste total 1.350 já foram aceitos.
Pedidos – Segundo a empresa 70% dos pedidos deverão estar fechados, isto é, com os contratos assinados e a primeira prestação paga. “O resultado superou em muito nossa expectativa”, diz Tufic Cohen, gerente-geral de consórcios do Pan Americano. Segundo o PanAmericano, 30% dos pedidos foram feitos pela Internet, 60% pelo sistema de telemarketing e os restantes 10% por meio de visita do consumidor às lojas da empresa. Os planos de maior procura foram aqueles destinados a financiar moradias com valores entre R$ 20 e R$ 30 mil. “Quanto maior o número de empresas com condições de investir nesse mercado participarem do sistema maior o benefício para o consumidor e para o setor”, diz Consuelo Amorim, presidente da Associação.
(Roseli Lopes)