Diante do turbilhão de más notícias que assolam o Brasil e o mundo, esta terça-feira será de trégua, pelo menos no que se refere às contas públicas do País. O Banco Central (BC) divulga hoje o boletim sobre as transações correntes do Brasil em junho, mas o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, assegura: “Será o melhor resultado da conta corrente em um mês de junho desde 1991”.
A conta corrente é constituída pelo saldo da balança comercial, mais o saldo da balança de serviços, mais as tranferências unilaterais. Em geral, a conta corrente é deficitária. Junto com a conta de capitais ( investimentos estrangeiros, financiamentos e empréstimos que financiam a conta corrente), a conta corrente forma o balanço de pagamentos, ou seja, tudo o que o País gera de receita menos as despesas.
Em junho de 1991, o déficit em conta corrente do País era de US$ 36 milhões, valor que será menor esse ano, segundo Goldfajn. Em 2001, o déficit foi de US$ 2,11 bilhões. Em toda a década de 90, apenas em 90 e em 92 a conta corrente fechou o mês de junho com saldo positivo.
Lição de casa
Segundo diversos economistas presentes ontem ao seminário internacional “Como sustentar a estabilidade”, promovido pelo Instituto Futuro Brasil e o Ibmec, a melhora nas contas é importante, mas para manter a estabilidade é preciso ainda muito mais. Entre as tarefas da árdua lição de casa que os economistas recomendam ao Brasil está a diminuição da desigualdade social, um dos principais geradores de instabilidade econômica, e as reformas – fiscal, do judiciário e previdenciária.
Priscilla Negrão