O mês de abril apresentou mais retração do setor varejista, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O varejo restrito (que não inclui veículos e material de construção) registrou recuo de 3,5% em relação ao mesmo mês de 2014, o pior resultado para o mês desde 2003.
O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, apresentou resultados ainda mais negativos nas mesmas bases de comparação, declinando 8,5% e 6,1%, respectivamente, com destaque para a retração nas vendas de veículos e motos, partes e peças (-19,5% e -16,0%, respectivamente).
“Os números não mentem. Em que pese o discurso do governo ser bem mais otimista do que os fatos mostram”, aponta o presidente da ACE-Guarulhos, Jorge Taiar. “Os resultados indicam que a tendência de contração vai continuar, infelizmente, em virtude do cenário de inflação crescente, aumento do desemprego, menor crescimento dos salários, juros mais altos e menor disponibilidade de crédito”, completa.
Na medida em que esse quadro adverso se mantenha, e talvez até se agrave com a continuidade do ciclo de elevação dos juros básicos por parte do Banco Central, pode-se realmente esperar que prossiga a contração das vendas durante os próximos meses, afetando negativamente a atividade econômica em geral, devido a seu grande peso na determinação do PIB.
