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Correção do FGTS deve dar mais fôlego para o comércio

O recursos provenientes da correção dos saldos do FGTS referentes ao Plano Verão e Collor 1 que estão sendo pagos desde terça-feira podem dar um novo alento ao comércio. Além de pagar contas em atraso, os beneficiados terão à mão dinheiro extra, que poderão usar para consumo. A afirmação foi feita ontem pelo diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo, o economista Marcel Solimeo, durante a reunião do Conselho Consultivo do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Associação, presidido por Celso Amâncio. “Boa parte dessses recursos, estimados em R$ 3 bilhões ao mês, serão usados para acertar pagamentos em atraso”, acredita.

Com as contas em dia, o brasileiro poderá fazer novas compras. A inadimplência em maio, na Capital, ficou 14,7% acima da anotada em relação a igual mês do ano passado Para Solimeo, o segundo semestre terá períodos de calmaria na economia, seguidos de outros mais turbulentos. “Para o varejo isso é ruim. Incerteza significa riscos, levando comerciantes, instituições financeiras e até o próprio consumidor a adotar uma postura mais cautelosa”. Na análise do economista, o segundo semestre será apenas um pouco melhor do que igual período de 2001. Segundo Solimeo, a vulnerabilidade da economia brasileira é resultado de uma série de fatores. “Ao contrário da Argentina, que enfrenta problemas políticos, o Brasil tem problemas como a necessidade de recursos externos para fechar as contas públicas. E esses recursos escasseiam quando a economia fica instável”, diz ele.

Combate – O economista afirma que o País tem instrumentos para agir. “Um deles seria a redução da liquidez, ampliando o compulsório dos bancos”. Outra estratégia seria acertar os desejos do mercado em termos de dívida pública, com títulos certos. Solimeo também continua acreditando que o governo pode reduzir os juros. “Uma redução de 0,25 ponto percentual seria inócua para o mercado e teria um efeito positivo para o varejo”.

Teresinha Matos

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