De acordo com o psicólogo José Antônio Pinotti, especialista em psicoeconomia, o apelo emocional atinge em cheio as classes C e D. “Pessoas dessas classes sociais dão muito valor às datas especiais. Não receber um presente nessas ocasiões pode gerar até discussões”, afirmou.
Segundo o especialista, essa é a razão de os bancos mais ?populares? saírem na frente com o lançamento de campanhas específicas. É o caso do Banco Nossa Caixa S.A., que até o dia 12 de junho disponibiliza uma linha de crédito com juros menores. A instituição confirma que as classes C, D e E são as que mais procuram o produto e garantem a manutenção das campanhas. As taxas da Nossa Caixa para o Dia dos Namorados variam de 3,95% ao mês, para correntistas, a 4,95%, aos não-correntistas, que podem ter crédito de até R$ 2 mil, a ser quitado em até 12 meses. No caso de pagamento em dia das 11 parcelas anteriores, o banco quita a última.
A diretoria da Nossa Caixa acredita que as campanhas irão aumentar a base de clientes, hoje de 3 milhões de correntistas. Foi o apelo emocional dessas datas especiais que motivou o banco a lançar esse tipo de campanha. A primeira foi feita em dezembro do ano passado, no Natal, e, de lá para cá, a procura aumenta cerca de 20% a cada campanha nas datas especiais.
O Banco Bradesco S.A. utilizou o mesmo apelo no Dia das Mães. Na ocasião foram registrados R$ 400 milhões em negócios. A taxa de juros era de 4% ao mês e o correntista tinha até 12 meses para pagar os até R$ 1 mil que poderia pegar emprestado.
Outras instituições preferem manter a mesma política de crédito durante todo o ano, sem a criação de produtos específicos para datas comemorativas.
Entretanto, utilizam essas datas como ?lembrete? a seus clientes de uma linha de crédito aprovada desde a abertura da conta. Essa prática é feita pela maior parte dos bancos, como Banco do Brasil S.A., Itaú S.A., HSBC Bank Brasil S.A. e Bank Boston S.A., entre outros.
Nessas instituições, o correntista é lembrado do crédito via extrato mensal ou por orientação do gerente.
Para Pinotti, a utilização de ?lembretes? é também uma excelente estratégia de marketing.
“Os bancos se aproveitam do lado impulsivo do cliente. Por ser lembrado que há um produto à sua disposição, o correntista acaba utilizando-o, sem pensar se precisa dele ou não”.
Paula Freitas
