Por mais distante que esteja dos leilões de derivativos, ele sofre com a elevação do dólar. Em qualquer segmento a solução mais prática para contornar a crise é redobrar o controle dos gastos e fugir de endividamentos. Já para ramos atrelados a insumos cotados em dólar a saída é procurar fornecedores nacionais. O ponto positivo dessas alternativas é que sua implementação depende em grande parte do próprio empreendedor.
Como era natural, as recentes elevações da moeda norte-americana afetaram mais as atividades ligadas à produção ou comercialização de mercadorias com componentes importados. Nesse campo estão fabricantes de equipamentos eletrônicos, lojas de informática, indústrias de plástico, fornecedores de grandes empresas da cadeia petroquímica, eletroeletrônica e automotiva, entre outros setores. Na avaliação de vários analistas, tende a sofrer bastante também quem presta serviços para o setor industrial, como firmas que fazem galvanoplastia e outros tipos de tratamento de superfície.
Independentemente do lugar em que atue, o empreendedor precisa estar sempre preparado para sobreviver a surtos especulativos. “E nada indica que eles terminarão tão cedo, pois as condições gerais da economia seguirão complicadas por um bom tempo”, observa a professora Maria Carolina de Souza, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O que ela recomenda para momentos conturbados é ter sangue frio e não tomar decisões apressada. Um conselho comum, dado por especialistas de diversas áreas, é quanto à redução de custos. “É aquela história de que custo é como unha: tem de cortar sempre”, afirma Ermano Marchetti, coordenador da Câmara de Desenvolvimento da Micro e Pequena Indústria da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).