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Educação puxa inflação em janeiro

Guarulhos, 05 de fevereiro de 2002

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, que mede a inflação no município de São Paulo, subiu 0,57% em janeiro, mais do que o previsto pelo coordenador da pesquisa de preços, Heron do Carmo. A liberação dos preços dos combustíveis e a conseqüente redução nas tarifas de alguns serviços de transporte coletivo até fizeram o IPC da Fipe recuar no final de janeiro, mas menos do que o esperado. Na primeira e na segunda quadrissemanas, o índice subiu 0,58% e 0,68%, respectivamente, e Carmo estimava uma inflação de 0,2% no mês fechado.

Na cidade do Rio, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-RJ), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu 0,83% em janeiro. A inflação foi puxada pelos preços das matrículas e materiais escolares – os preços do grupo Educação, Leitura e Recreação subiram 2,46%. Transportes foi o único grupo a registrar deflação, de 2,76%, impulsionada pela redução do preço da gasolina.

No IPC-Fipe, os preços no setor de educação intensificaram ainda mais sua alta e fecharam o mês com inflação de 4,61%. É o mais alto índice mensal do segmento desde janeiro de 2000, quando ficou em 7,34%. Os dois setores com maior peso na formação do IPC, habitação e alimentação, subiram 0,59% e 0,90%, respectivamente. As despesas pessoais também subiram 0,90%, enquanto o vestuário teve uma alta média de 0,57% nos preços. Saúde apresentou inflação de 0,29%.

O setor de transportes, no entanto, sofreu uma deflação de 0,99%, a segunda maior no Plano Real. Desde o lançamento do plano de estabilização da economia do país, em julho de 1994, apenas em agosto de 1998 o custo dos transportes teve um recuo mensal superior a 1% (1,87%).

A queda dos preços no item transportes puxou o IPC para baixo em 0,16 ponto percentual, evitando que ele passasse de 0,70% em janeiro deste ano. Em dezembro de 2001, o índice subiu 0,21%, e em janeiro do ano passado, 0,38%.

O IPC da Fipe é calculado com base nos produtos e serviços utilizados pelas famílias com renda de até 20 salários-mínimos.

O IPC-RJ leva em conta o consumo de famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos. Em janeiro, o grupo Alimentação avançou 1,98%; Despesas Diversas aumentaram 1,15% e Habitação elevou-se em 1,12%. Abaixo da média geral ficaram as variações dos grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,50%) e Vestuário (0,11%). Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 8,31%. Segundo o economista Paulo Sidney Cota, da FGV, em fevereiro a inflação deve ficar em 0,4%.