O assédio da imprensa justifica-se pelas duas ameaças que recebeu – no domingo à tarde e na segunda de manhã -, conforme telefonemas dados ao serviço 190, da Telefônica. Seria o próximo prefeito do PT a sofrer um atentado. Por precaução, reforçou a segurança.
“Estou tomando medidas de segurança, mas não vou adiantar quais são para não entregar o ouro aos bandidos”, admitiu o prefeito. Para todos lugares, Pietá é acompanhado de dois seguranças particulares, além de seu motorista.
Mas ele não está tão precavido assim. Como ontem não teve tempo para almoçar, parou numa padaria para comprar um lanche, antes de seguir para a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, por volta das 14h30. Enquanto seus seguranças compravam 100 gramas de pão de queijo e um iogurte de cereais, o prefeito aguardou no carro, acompanhado só do motorista.
A segurança pública parece preocupá-lo mais do que a sua própria. O prefeito chegou a cancelar uma reunião de planejamento com seu secretariado à tarde, para cumprimentar o substituto de Marco Vinício Petrelluzzi, o ex-diretor da Febem Saulo de Castro Abreu Filho, que assumiu o cargo às 15h. “Vou cumprimentá-lo e discutir com autoridades das polícias civil e militar sobre várias questões.”
Possivelmente, uma entre as “várias questões” seja as informações que o prefeito recebeu em outubro sobre uma tentativa frustrada de assassiná-lo em setembro. “Eu soube de duas fontes diferentes, que sequer se conhecem, que duas pessoas foram contratadas para me matar. Eles estiveram em dois eventos que eu participei – um em um bairro próximo ao aeroporto e outro na Universidade de Guarulhos – e não me mataram porque havia muita gente.
Além das várias entrevistas e do encontro com o novo secretário, o único compromisso do prefeito ontem também dizia respeito à segurança. Pietá esteve no 15º batalhão da PM de Guarulhos, pela manhã, para tratar da mudança da sede do batalhão. “O local onde ele funciona atualmente será transformado num centro de formação. Até o fim deste ano o efetivo será reforçado por 120 novos soldados.”
Às 18h, quando preparava-se para conceder mais entrevistas a emissoras de TV, constatou que o dia foi atípico. “Não pude tratar de questões como habitação e relações internacionais. O problema de
segurança tomou meu tempo.”