Considerada líder no mercado de embalagens, a Antilhas produz todos os itens que uma loja precisa: sacolas, caixas, papéis de seda, adesivos e até aquelas tirinhas para amostra de perfumes. Sem contar as embalagens industriais, que também estão no portfólio da empresa.
O mercado de embalagens é competitivo, mas bastante atraente, pois cresce e se aperfeiçoa o tempo todo. Vale o investimento no setor, desde que o empresário planeje-se para oferecer algum diferencial – afirma o diretor comercial da Antilhas, Maurício Groke. De acordo ele, R$ 30 mil podem bastar para começar produzindo 100 mil unidades por mês.
Terceirização
O papel é comprado em distribuidores ou papelarias. O serviço de impressão, corte e vinco pode ser terceirizado em gráficas, o que sai muito mais em conta do que investir em maquinário. Afinal, somente uma máquina de corte e vinco pode chegar a US$ 150 mil, enquanto a impressora bicolor tem preço médio de US$ 170 mil.
Terceirizando tais etapas, o empresário precisará de capital de giro de R$ 20 mil, área mínima de 100 metros quadrados e, pelo menos, três funcionários. Poderá alcançar faturamento de, aproximadamente, R$ 30 mil mensais.
As possibilidades de trabalhar no setor são tão abrangentes que englobam desde indústrias milionárias como a Antilhas – com clientes como O Boticário, Avon, Natura, Kopenhagen e Benneton – até a pequena Doce Mania, fornecedora de embalagens para as tortas do Hotel Inter-continental e de algumas butiques.
Os donos da Doce Mania são o casal Laura Ferreira Faria e Virgílio de Carvalho Faria. Há quatro anos, Laura cansou da vida de dona de casa e teve a idéia de fabricar embalagens. “Em dezembro chegamos a produzir 400 caixas para um único cliente”, conta Virgílio. O casal compra a matéria-prima em depósitos ou papelarias e monta as caixas em casa.
Formada em Desenho Industrial e pós-graduada em Marketing, Liana Segal começou no ramo dos presentes fornecendo embalagens para lojas de departamento, como Mesbla e Lojas Americanas. “No começo, eu visitava as lojas com prospectos desenhados a tinta guache. Acredito que só vale a pena investir em fabricação se já houver uma venda garantida”, sugere Liana, que, após a falência da Mesbla, abriu um quiosque só de embalagens.
Localizado no NorteShopping, o quiosque Lay Out tem receita mensal de cerca de R$ 4 mil. “A maioria das lojas-âncora dos shoppings não embala para presente, garantindo 70% das nossas vendas. O restante fica por conta de produtos de butiques e de quem quer incrementar o embrulho”, conta Liana.
A empresária passou a oferecer consultoria para os interessados no negócio, que só não passa a ser formalizado como franquia porque Liana prefere deixar os donos com autonomia. “Ensino a montagem das embalagens, indico fornecedores, ajudo na instalação do quiosque e ainda coloco o interessado no quiosque do Lay Out durante um mês para se familiarizar com a rotina.”
Liana cobra R$ 5 mil pela transferência de know how e por outros R$ 5 mil projeta o estabelecimento. As embalagens podem ser fornecidas pela empresária, que compra o papel de distribuidores e utiliza o serviço de gráficas para fazer a impressão e o corte. O capital de giro ficaria em torno de R$ 1,5 mil para pagar o aluguel e renovar o estoque.
De acordo com o consultor do Sebrae-RJ, Haroldo Caser este é um setor interessante, mas que, para ser financeiramente viável,
requer produção em grande quantidade. “Considero o investimento de médio risco, pois nossa cultura não valoriza tanto assim embalagens para presentes. Mas se houver um bom volume de produção, com algum diferencial, pode valer a pena”, observa.
Sarah Nery