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Empresários exigem reforma tributária

“Os governos levam um terço de tudo o que é produzido no País, média impensável diante de uma renda per capita de US$ 5 mil. Não é mais possível sustentar o crescimento do PIB através dos impostos em cascata”. A colocação foi feita pelo deputado federal Delfim Netto (PPB-SP), durante os debates de ontem do XII Congresso Brasileiro da Confederação das Associações Comerciais do Brasil, em Brasília.

De acordo com Delfim Neto, a carga de impostos praticada no Brasil está em torno de 34%, para 27% no início do governo Fernando Henrique Cardoso. Reforma tributária como prioridade máxima para o desenvolvimento econômico do País foi o tema predominante nos debates de ontem do evento. O mediador das discussões foi o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Alencar Burti, que reforçou o grupo de defensores da reforma como alavanca ao crescimento da indústria e comércio no País.

Pressão – As causas do sucessivo adiamento da reforma tributária teriam origem na falta de iniciativa do Executivo para tocar o projeto. “A reforma não avançou porque o governo quis assim. A culpa não está no Congresso, que já esteve perto de agilizar a medida”, disse o também deputado federal Germano Rigotto. Segundo Rigotto, a insubordinação fiscal poderia ser um instrumento de pressão para a realização da reforma pelo sucessor de Fernando Henrique em 2003. “Por que não eleger um dia de paralisação do pagamento de impostos pela reforma tributária? Esse poder de mobilização tem que ser aproveitado pelas associações comerciais”, disse. A cobrança pela aprovação do projeto foi endossada por Alencar Burti. “Antes de organizarmos um panelaço precisamos fazer pressão junto às esferas competentes. Cobremos, porque também somos cobrados através dos impostos”, afirmou. De acordo com Burti, a hora é de reunir as “angústias” do empresariado e fazer pressão aos candidatos que forem escolhidos em outubro.

Benefícios – A isonomia competitiva trazida pela redução dos impostos seria uma estratégia de crescimento para empreendedores de todos os portes. “A reforma beneficiaria desde o pequeno plantador de arroz do Rio Grande do Sul até o comerciante bem estabelecido em São Paulo. O comércio é o grande agente exportador dos produtos brasileiros”, disse o presidente do Grupo Gerdau Jorge Gerdau Johannpeter.

(Isabela Barros Enviada especial)

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