Fórum da Mulher Empreendedora tratou de saúde e gestão de pessoas
O auditório da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos esteve lotado na noite da última terça-feira, 27, para a 8ª edição do Fórum da Mulher Empreendedora, realizado pelo Conselho da Mulher Empreendedora (CME). Como nos outros encontros, as empresárias tiveram oportunidade de trocarem cartões e fazerem networking.
Mas o ponto alto do Fórum foram as duas palestras ministradas, uma sobre saúde e outra sobre gestão. Para demonstrar o apoio do Conselho e da ACE à campanha de conscientização Outubro Rosa, o médico especialista em ginecologia, obstetrícia e mastologia Raul de Araújo Junior explicou vários detalhes importantes sobre o câncer de mama.
Ele deixou clara a importância do diagnóstico precoce e, exatamente por isso, do autoexame constante por parte de mulheres e homens (sim, eles também podem sofrer da doença, apesar de ser menos frequente). “Algumas coisas costumam proteger a mama, como os hormônios da gestação e a vida tranquila e saudável. Mas como fazemos para indicar às mulheres que trabalhem menos, não fiquem estressadas, respirem ar puro e engravidem cedo e bastante?”, ironizou, fazendo um paralelo à agitada realidade do dia a dia das mulheres. “É por isso que não tem outro caminho senão o da prevenção. E isso só é possível com o controle do próprio corpo. O tempo inteiro e desde cedo”, resumiu.
O médico, porém, fez alguns alertas sobre alguns conceitos enraizados na sociedade. “Falam maravilhas dos exames de mamografia. Eles são sim importantes, mas não podem ser realizados na quantidade que se recomenda na rotina médica”, avisou. “Aquilo não é algo simples. É agressivo e usa radiação. E não reduz significativamente a mortalidade. Mais uma vez: o único caminho é o diagnóstico precoce com o autoexame. As mulheres precisam se conhecer”, concluiu.
Na sequência, a diretora geral da empresa Marcatto Fortinox, Ideli Marcatto, falou sobre gestão e desenvolvimento de pessoas. Formada em administração de empresas e especialista em psicologia, Ideli levou as empresárias presentes a reflexões importantes sobre a maneira como são tratados os colaboradores nos dias atuais. “Nos dias atuais, há necessidade de ‘pertencimento’. Os funcionários querem participar e ter a noção de que fazem parte da empresa”, afirmou.
Ela lembrou a mudança no estilo de administrar que implantou na Marcatto. “Eu era uma ‘ditadorazinha’, gente. É sério! Herdei do meu pai, que fundou a empresa. Ele era ótima pessoa, generosa e correta. Mas o modelo de liderança na época dele era o do chefe firme, centralizador e autocrata”, lembrou. “Só acordei para a situação quando passei por uma grande dificuldade e percebi que meus colaboradores não estavam comigo de verdade. Em empresas familiares, os conflitos profissionais são evitados para que os valores familiares sejam preservados.”
Para a especialista, as empresas que não derem espaço de decisão para os colaboradores, não ouvirem o que eles têm a agregar, estão fadadas ao fracasso. “Além de todas as ferramentas tecnológicas, o mundo corporativo precisa se ater mais ao ‘sentir’ do que ao ‘fazer’”, completou.
As inscrições para o Fórum foram feitas com um quilo de farinha de trigo ou uma garrafa de óleo de soja. Os donativos arrecadados foram doados para a Associação Guarulhense de Apoio às Pessoas com Deficiência (Agape).