Baseado no best seller do jornalista Mark Bowden, em que narra uma missão americana desastrosa na África que resultou em 18 soldados mortos e mais de 70 gravemente feridos, este filme sombrio mergulha o espectador no meio da ação, de maneira assustadora e implacável.
O roteiro do novato Ken Nolan e do veterano Steve Zaillan (A Lista de Schindler) focaliza os acontecimentos de 3 de outubro de 1993, quando integrantes das forças de elite norte-americanas Delta e Rangers entraram em Mogadíscio, Somália, com a missão de “extrair” dois dos principais aliados de um comandante local cujos excessos violentos estavam dificultando ainda mais a vida já miserável de seus compatriotas.
Assim que a operação “Irene” começa, a visão de 19 helicópteros sobrevoando o deserto em direção à cidade, sob o sol da tarde, é espantosa e bela. Os 160 homens, alguns dos quais chegam em 12 caminhões e outros veículos, esperam entrar e sair em apenas uma hora.
Mas as coisas começam a dar errado. Um soldado é gravemente ferido logo ao tocar o solo e, em intervalos de 20 minutos, dois helicópteros Black Hawk (os “Falcões Negros” do título) são derrubados por combatentes de rua fortemente armados. Esses desastres inesperados obrigam os Rangers a tentar salvar seus colegas, abrindo caminho por vários quarteirões em meio à cidade, onde franco-atiradores se movem rapidamente pelos telhados e bandos de habitantes locais enfurecidos aparecem de uma hora para outra em qualquer esquina. O resultado é catastrófico.
Embora o ponto de vista somali seja apresentado apenas muito brevemente, e por mais que as vidas dos americanos (quase todos brancos) sejam valorizados muito acima das dos somalis (quase todos negros), 500 dos quais morreram no conflito daquele dia, o filme consegue manter atitude bastante imparcial em relação ao conflito.