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Farmácias copiam fast-food e dão mais atenção ao cliente

Está surgindo uma nova seção de produtos nas drogarias de São Paulo: a perfumaria. Além dos tradicionais remédios, as farmácias não só estão abrindo espaço para a comercialização de produtos de beleza como investem na modernização do negócio. Como no McDonald?s, algumas têm até drive-thru, onde o cliente faz suas compras sem precisar descer do carro.

Na filial da avenida Rebouças da drogaria Onofre, o drive-thru já representa 30% das vendas, diz o gerente Carlos Francisco do Nascimento. “O sistema está sendo muito bem recebido pelos nossos clientes, pois é fácil e prático”, explica Nascimento.

A vantagem da diversificação é que ela estimula a compra por impulso. Antigamente, as drogarias lucravam apenas com os itens emergenciais. “O mix de produtos nas farmácias aumentou. Essa participação gera até 25% da receita das grandes redes”, confirma Carlos Eduardo Gaeta, gerente de marketing da rede Farma100.

Para o consultor de marketing do Serviço de Apoio às Micro, Pequena e Média Empresas (Sebrae) Wlamir Bello, é necessário tornar as lojas mais convenientes para o consumidor. Na opinião do consultor, o importante é apresentar diferenciais ao mercado e para isso deve-se procurar avaliar o perfil do público que se pretende atingir.

Nelson de Paula, gerente de marketing da rede de drogarias Drogão, concorda que a perfumaria é um mercado representativo para as drogarias, mas ainda não é o objetivo principal da rede. “É interessante trabalhar com produtos que atendam a necessidade do consumidor. Mas não se pode esquecer o principal, que é a venda dos remédios”.

O gerente da Drogão reconhece que o faturamento das lojas diminuiu com a chegada do medicamento genérico, que são 40% mais baratos. “Em compensação, aumentaram as vendas diante da facilidade de acesso à população”, diz.

Outro segmento que está agradando ao público é a entrega em domicílio, que oferece a facilidade e a segurança de compras de medicamentos e perfumes sem sair de casa. “Esse serviço é utilizado por 30% dos nossos clientes. A taxa cobrada varia de R$0,70 a R$1,20 de acordo com o local de entrega”, afirma Tadeu Imoto, diretor de marketing da rede de drogarias Drogamais.

Esse leque de opções está gerando concorrência com as grandes redes de supermercado. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) defende a aprovação de lei que permita aos supermercados também comercializar remédios. “O objetivo das drogarias não é roubar os clientes dos supermercados, mas colocar à disposição produtos e facilidades de compra”, explica o consultor do Sebrae.

Analisa Spaggiari

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