A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) tem um estudo, ainda inédito, sobre o “spread” que os bancos cobram nas operações de crédito com as empresas. Segundo o estudo, no primeiro semestre de 2000 o desconto de duplicata de cheques tinha taxa média de 3,5% ao mês, dos quais 1 ponto porcentual era de lucro para o banco – os outros 2,5 pontos eram para pagar custos da operação, impostos, risco de inadimplência, entre outros custos. “No primeiro semestre de 2001, essa taxa caiu para uma média de 2,6%. Mas os bancos mantiveram a lucratividade de 1 ponto dessa taxa”, afirmou Luiz Cláudio Miquelin, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp.
“Ou seja, os custos caíram nesse período, mas a lucratividade se manteve. Até aumentou, em termos proporcionais”, disse. Na opinião dele, essa prática apenas atrapalha o desenvolvimento da indústria. “Você vê muitas indústrias quebrando. Mas os bancos estão todos aumentando o patrimônio e a lucratividade”, afirmou.
Miquelin participou hoje do “I Seminário de Desenvolvimento da Micro e Pequena Indústria”, promovido pela Fiesp, na sede da entidade.
Theo Saad