O “Flex-Fuel”, ou combustível flexível, é equipado com motor Zetec RoCam para utilizar, no mesmo tanque, ou somente gasolina pura, não disponível nos postos brasileiros, ou álcool hidratado ou ainda uma mistura dos dois combustíveis. Desenvolvido com base no motor a álcool, o veículo funciona com qualquer mistura de álcool ou gasolina, inclusive com o chamado gasohol – que, na verdade é a gasolina brasileira, que contém cerca de 24% de álcool anidro.
O sistema permite que o consumidor escolha o combustível mais vantajoso economicamente ou disponível em cada situação. Um sensor pós-combustão avalia o nível de oxigênio resultante da queima e informa sobre o combustível disponível no tanque no momento. O conceito “flex” é o mesmo adotado pela Ford nos Estados Unidos para equipar o Explorer Sportrac. No Brasil, o motor fabricado em Taubaté (interior de SP), tem potência de 105 cavalos.
A desvantagem é o maior custo de produção já que equipamentos como bomba de combustível e injeção eletrônica recebem um reforço para resistir à agressividade do etanol. “Ainda não sabemos quando a alternativa estará na linha de produção, mas já temos a tecnologia desenvolvida pela engenharia brasileira”, afirmou o presidente da Ford, Antonio Maciel Neto.
Outra novidade apresentada pela montadora foi o protótipo de um Fiesta bicombustível. O automóvel é equipado para funcionar tanto com álcool hidratado como com gás natural veicular (GMV). Para optar pelo combustível a ser utilizado, o usuário aperta um botão no painel do veículo e aciona um dos dois sistemas, que são instalados separadamente. Quando um dos combustíveis termina, o equipamento automaticamente troca o combustível. Este motor tem como base o modelo a álcool, de 109 cavalos. Com gás, a potência cai para 97 cavalos.
A Ford desenvolveu também o Fiesta a álcool hidratado, com potência de 109 cavalos, como alternativa para o modelo de série, movido a gasohol (gasolina com álcool anidro). Hoje, a fábrica da Bahia produz também o modelo a diesel, exclusivamente para exportação.
“As novas tecnologias, atualmente utilizadas em pequena escala em alguns países, podem ser exploradas para oferecer alternativas à utilização de fontes de energia mais limpas e eficientes”, ressaltou Luc de Ferran, vice-presidente da Ford e responsável pelo projeto. Maciel informou que, dos conceitos apresentados hoje, o protótipo movido a álcool é o único que já poderia ser produzido, se houver demanda.
A Ford comercializa uma linha de veículos com combustível flexível nos Estados Unidos. Entre os modelos, estão a picape Ranger e os sedãs Taurus com motores 3.0. O utilitário Explores e o Sportrac também dispões de sistemas bicombustíveis. Outros produtos, como o seda Crown Victoria e a picape Série F Light Duty, oferecem a opção gás natural. Na Europa, a versão bicombustível está disponível para a van Transit e alguns modelos do Mondeo e do Focus.
Carla Franco
