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Ford vai demitir funcionários em Taubaté e São Bernardo

Guarulhos, 16 de janeiro de 2002

ReutersA Ford confirmou nesta manhã que vai abrir um PDV (programa de demissão voluntária) nas unidades de Taubaté, no interior de São Paulo, e de São Bernardo, no ABC paulista, conforme a Folha Online já havia adiantado ontem. As duas fábricas empregam juntas cerca de 5.700 funcionários. Os detalhes do programa, como meta de demissões, ainda não foram definidos. O programa deve ser aberto provavelmente até o mês de março.

Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Luiz Cláudio dos Santos, a Ford já avisou que ficará com um excedente de 130 empregados na fábrica que emprega 1.100 pessoas durante os meses de janeiro, fevereiro e março, quando o volume de produção será reduzido. “Como a empresa prevê aumentar a produção a partir de abril, não demitirá todos os excedentes.”

Para driblar a queda temporária de produção e consequente excedente de mão-de-obra, a Ford deve abrir um PDV destinado principalmente para os funcionários já aposentados e os chamados “baixa performance”, que são os empregados que faltam muito ao trabalho. Na unidade de Taubaté, existem cerca de 50 funcionários já aposentados e outros 22 classificados como “baixa performance”.

O problema dos outros excedentes será resolvido com a concessão de férias coletivas no Carnaval. “A empresa também vai dar férias para os funcionários que possuem férias vencidas”, afirmou Santos.

Na fábrica de São Bernardo, onde os 4.600 funcionários têm estabilidade no emprego até 2005, a montadora também vai abrir um PDV para estimular a saída dos aposentados. “Mas o número de aposentados é muito pequeno no ABC. Não passa de cinco”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho.

No Brasil, a Ford possui também uma fábrica em Camaçari, na Bahia. A unidade deve ficar fora dos cortes, já que a montadora pretende fazer dela um modelo de produção para todo o mundo.

Na sexta-feira passada, a montadora anunciou um plano de reestruturação que previa a demissão de 35 mil funcionários em todo o mundo. Desse total, 1.600 cortes serão feitos na América do Sul, onde a montadora emprega 11 mil trabalhadores nas fábricas localizadas na Argentina, Brasil e Venezuela.