Fornecedores vão ajudar o varejo na adaptação ao SPB
Parceiros do comércio, muitos fornecedores já falam em ajudar o varejo a manter seu fluxo de caixa equilibrado durante o período de adaptação do setor, ao novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, SPB. Fornecedores dizem estar dispostos a flexibilizar prazos de pagamento e trocar duplicatas por cheques pré-datados, como alternativa para esticar o vencimento da fatura e não provocar os descasamentos entre recebimentos e pagamentos. Segundo Oscar Attisano, diretor-executivo da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, Abad, que atua como intermediário entre a indústria e o comércio na distribuição de produtos de higiene, limpeza, perfumaria, bebidas e alimentos, o varejo não terá grandes problemas em relação aos fornecedores.
Disposição – “Estamos dispostos a ajudar o comércio naquilo que for necessário para reduzir o impacto que o novo Sistema de Pagamentos Brassileiro poderá trazer em seu fluxo de caixa”, diz Attisano. Ele frisa que o fornecedor deve cumprir sua missão de prestador de serviço. O novo SPB, que prevê a liquidação em tempo real e on-line de todas as transações com valor igual ou superior a R$ 5 mil, a partir de agosto, ameaça deixar o comércio com problemas em seus fluxos de caixa. É que o dinheiro das vendas, distribuído em pequenos valores, vai entrar aos poucos, enquanto a dívida com o fornecedor, que costuma ser acima de R$ 5 mil, vai sair da conta do varejista no mesmo dia.
Cliente manda – Para Rosinaldo Passos, gerente de vendas da Agomes, empresa com sede em Salvador, na Bahia, fornecedora de material para escritório, como artigos de papelaria, além de armarinhos e brinquedos, diz que o cliente, no caso o varejo, está em primeiro lugar. “Com certeza haverá de nossa parte uma flexibilidade quanto aos prazos atuais de recebimento”, diz. Segundo Passos, o fornecedor que não for flexível perderá para a concorrência.
Momento difícil – Na Bergamo, uma das maiores do segmento de móveis do País, a disposição de ajudar o pequeno comerciante também existe. De acordo com a área financeira da empresa, o SPB pegou as companhias em um momento conturbado, em que o crédito está caro e escasso, justamente quando elas mais precisam de caixa. Por isso a possibilidade de darem a mão ao varejo não está descartada. Pelo menos no período de adaptação ao novo sistema.
Roseli Lopes