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Globalização reduziu pobreza em 24 países

Guarulhos, 07 de dezembro de 2001

Os críticos da globalização têm bons motivos para ler o novo estudo produzido pelo Banco Mundial (Bird), intitulado Globalização, Crescimento e Pobreza. Segundo o informe, a globalização ajudou a reduzir a pobreza em 24 países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, a Índia e o México. Apesar da boa notícia, o Bird faz um alerta: os governos precisam promovê-la de forma mais ordenada para melhorar a vida dos pobres.

O estudo afirma que os 24 países, onde vivem três bilhões de pessoas, tiveram aumento da expectativa de vida e melhoria dos níveis de escolaridade, além de um crescimento de 5% na renda per capita nos anos 90, comparado a um aumento de 2% obtido pelos países ricos. Mas não foram todas as nações que tiveram êxito ao se integrar à economia global – países da África, do Oriente Médio e da ex-União Soviética viram crescer o número de pobres.

“Há duas mensagens claras e importantes neste estudo. Uma é a de que o comércio é a ferramenta mais poderosa para promover a redução da pobreza. A outra é que permanece um grande desafio: o de incluir na globalização as pessoas que foram deixadas de fora, as que ainda não recebem os seus benefícios”, afirmou o economista-chefe do Bird, Nick Stern, ao divulgar a pesquisa, nesta quarta-feira.

Obstáculos – De acordo com o estudo, são dois os motivos que fazem com que a globalização não beneficie a todos. Os países ricos continuam mantendo barreiras aos produtos das nações em desenvolvimento. Estas nações, por sua vez, têm mostrado fragilidades em suas políticas econômicas e sociais. No informe, o Bird mostra como a falta de investimentos na educação – em especial na América Latina – afeta o desenvolvimento. “Devido às extremas desigualdades anteriores na área educacional, a integração global acabou aumentar as disparidades salariais.”

Sobre o Brasil, o Banco Mundial ressalta que o país não pode depender apenas do acesso aos mercados externos, principalmente dos países ricos, para melhorar sua situação econômcia. “O Brasil precisa liberalizar o comércio interno (…). As restrições externas não são argumento para que o país restrinja o seu próprio mercado”, afirmou Stern. O economista-chefe do Bird recomendou ao governo brasileiro que continue realizando reformas. “O país deve usar, ao mesmo tempo, a considerável voz que tem no cenário mundial para falar alto sobre a necessidade de ter acesso aos mercados dos países ricos”, defendeu Stern.