Governo descarta novo aumento do seguro-apagão até fim do ano
O valor cobrado dos consumidores de energia como forma de seguro contra novos racionamentos deve ser mantido pelo menos até o fim deste ano. Desde o último dia 27, cada quilowatt-hora consumido custa mais R$ 0,0057 para os usuários, após reajuste de 16,33%.
Segundo Ricardo Vidinich, presidente da Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE), criada especificamente para contratar as usinas, a empresa ainda aguardará o comportamento do mercado nos próximos três meses antes de decidir se pede ou não novo reajuste a partir de outubro à Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica. ” Hoje eu diria que não precisa. Até setembro teremos superávit nas nossas contas”, disse ele.
Até agora a CBEE arrecadou R$ R$ 241,4 milhões, de uma previsão inicial de R$ 310,4 milhões desde que o seguro começou a ser cobrado, em março passado. A diferença deve-se a irregularidades nos repasses por parte das concessionárias de energia, que arrecadam o seguro, inadimplência por parte dos consumidores e frustração de receita por causa da concessão de liminares favoráveis ao não pagamento da tarifa extraordinária. A CBEE não revela quais distribuidoras estariam irregulares por atrasar o pagamento.
Os gastos da CBEE giram atualmente em torno de R$ 64,3 milhões por mês, já que apenas 37 usinas estão definitivamente instaladas. Devem crescer quando as demais, são 58 no total, estiverem disponíveis. “Houve uma frustração de receita, que foi compensada pela menor necessidade de pagamentos”, afirmou Vidinich. A regulamentação que criou o seguro prevê que ele seja recalculado a cada três meses.