O governo retomou discussões para reativar o Pró-álcool. Ontem, representantes de vários órgãos – ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, da Agricultura, de Minas e Energia, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Agência Nacional do Petróleo (ANP) – iniciaram conversas para estimular a produção e o consumo em larga escala do combustível no país.
O potencial exportador do álcool combustível foi decisivo para a retomada do programa. Japão, Índia e Estados Unidos manifestaram interesse em importar o produto do Brasil, que responde por cerca de 30% da produção mundial. O interesse desses países é utilizar uma fonte de energia menos poluente do que a gasolina, por exemplo, e diminuir a dependência do petróleo.
O desenvolvimento tecnológico de motores movidos a combustíveis não-tradicionais também é outro fator importante.”Há uma crescente demanda internacional pela utilização do álcool como combustível”, afirma o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral.
O novo Pró-álcool não terá os vícios do anterior, garante o ministro. As conversas com o setor sucro-alcooleiro não prevêem a destinação de subsídios para estimular a produção de álcool no país. “Será um modelo auto-regulado pelo mercado”, diz. “Eles terão de demonstrar compromisso e garantias claras de que não haverá problemas de abastecimento do produto”, acrescenta.
Na próxima semana, representantes dos produtores de açúcar e de álcool têm reunião marcada com técnicos do Ministério do Desenvolvimento para detalhar propostas de fornecimento do combustível e de estímulo à produção de carros à álcool.
O primeiro programa Pró-álcool foi lançado na década de 70, quando o Brasil incentivou a produção do combustível a partir da cana-de-açúcar como fonte alternativa para enfrentar o auge da crise do petróleo.