O varejo desse setor no País concentra-se em São Paulo. As oito lojas existentes na cidade faturam em conjunto cerca de R$ 8,4 milhões por ano. As vendas, segundo comerciantes do ramo, estão estáveis e contam com um público fiel de aficionados.
“No Brasil, há mais dez lojas espalhadas por outros Estados, além das oito de São Paulo”, calcula o presidente do Grupo de Plastimodelismo e Pesquisa Santos Dumont (GPPSD), Guilherme Perdomo de Castro. Ele destaca como líderes do segmento a Model World, a HTC Modelismo (Hobby Trade Center), a HO Modelismo e Os Colecionáveis – todas localizadas na capital paulista. “Os comerciantes geralmente compram nas lojas grandes de São Paulo, que são importadoras, para revender”, diz.
“A maioria dos produtos é importada, e depende muito da variação do dólar”, observa o proprietário da Mr. Hobby, José Wilson Motta de Moraes.
“Cada loja tem sua característica”, explica Castro. Ele exemplifica que a HO oferece modelos plásticos e também de controle-remoto. Já a HTC comercializa a linha de modelos plásticos, além da de carros de ferro já montados. A Model World tem toda a linha de modelos plásticos e ferramentas.
Os modelistas conhecem todos os estabelecimentos do ramo, porque “compram uma coisa em cada loja, por causa da variedade de materiais e pela variação de preço”, ressalta Castro.
A maioria das lojas vende um pouco de tudo, de acordo com Castro, porque os plastimodelistas geralmente montam mais de um tipo de modelo. Para divulgar seus produtos, os comerciantes anunciam em revistas especializadas e vendem também por reembolso postal e via Internet. Além disso, montam estandes em convenções, que atraem gente do Brasil inteiro.
Os modelos vendidos são divididos por área (aviação, por exemplo), por categoria (aviões da Segunda Guerra Mundial, por exemplo) e por escala, ou seja, quantas vezes o modelo é menor que o original. Os preços variam de R$ 20 a R$ 500, dependendo da escala e da marca.
Há quatro anos no mercado, a Model World, no Paraíso, é a maior loja do ramo no Brasil e oferece variedade de 5 mil itens, com um estoque de 12 mil modelos. “Temos tudo o que existe em plastimodelismo”, informa o proprietário, Ricardo Gasparini Mattua, que está abrindo mais uma unidade nos Estados Unidos, para vender pela Internet.
“As vendas estão estáveis desde o início do ano, e registramos um acréscimo de 10% a 20% em relação a 2001”, afirma Mattua. “O melhor período de vendas são as férias, quando as pessoas têm mais tempo livre”, completa.
Segundo ele, existem cerca de 20 mil modelistas no País, metade deles concentrada no Estado de São Paulo.
O público-alvo da Model World são modelistas, na faixa etária de 25 a 40 anos (90% dos clientes). Os produtos mais procurados são carros, principalmente em escala 1/24 (24 vezes menor que o original) e aviação, em escala 1/48.
“Conseguimos alcançar a liderança no setor, em apenas quatro anos, comprando bastante estoque e oferecendo muita variedade”, diz Mattua.
Ele destaca que os lançamentos são o carro-forte do negócio. “As pessoas vêm à procura de novidades e acabam comprando alguma outra coisa”. Como é modelista, Mattua montou a loja como ele gostaria que fosse, o que fez com que o estabelecimento atendesse melhor as necessidades dos consumidores.
“Nossas vendas no varejo caíram cerca de 40% desde março”, afirma o gerente da HTC Modelismo da Alameda Itu, Alarico Ferreira de Souza Filho. “Por ser um hobby, os produtos de modelismo são supérfluos, muito sujeitos às variações da economia”, completa. Segundo ele, o atacado tem mantido a rede de três lojas, que há nove anos atua nesse mercado.
Mila Marques