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Horário de verão permitiu economia de 0,7%

Guarulhos, 07 de fevereiro de 2002

BRASÍLIA. A estimativa preliminar do Ministério de Minas e Energia é que o horário de verão, quando terminar, à meia-noite do próximo dia 16, terá permitido uma economia de energia de 0,7% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A economia alcançada está abaixo da taxa de 0,9%, projetada pelo governo para as três regiões. No Nordeste, a economia total de energia elétrica deverá ser de 0,6%, contra uma estimativa de 0,7%.

O horário de verão do ano passado permitiu ao país economizar 1,2% de energia, representando 478 mil megawatts-hora. O resultado deste ano foi menor porque a população já vinha economizando energia com o racionamento.

Economia foi maior no Sul, Sudeste e Centro-Oeste

No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a economia com o horário de verão, que termina na próxima semana, no horário de ponta de consumo, das 18h às 20h, deverá chegar a 4,5%, resultado melhor que a projeção do governo. Já considerando o racionamento, os técnicos do governo esperavam queda no consumo neste período de 3%. No Nordeste, a redução de consumo no horário de ponta deverá ficar em 4,1%.

O horário de verão, que começou no dia 14 de outubro, está vigorando em todos os estados do Nordeste, em Tocantins e nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O governo considera que o benefício mais importante com a implantação do horário de verão é a redução do consumo de energia no horário de ponta, porque evita que sejam feitos investimentos, que ficariam ociosos, em infra-estrutura de geração e transmissão de energia, de cerca de R$ 1,6 bilhão.

A adoção do horário de verão reduz ainda o congestionamento da rede elétrica, no momento de maior demanda, quando a iluminação pública começa a ser ligada e algumas atividades industriais ainda estão sendo realizadas.

O último horário de verão possibilitou em seus 133 dias de duração ” começou no dia 8 de outubro de 2000 e terminou em 17 de fevereiro de 2001 ” uma redução do consumo de energia elétrica nas horas de pico de 5%, o equivalente a 2.037 megawatts-hora, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Distribuidoras querem incentivar o consumo

Com o fim do racionamento cada vez mais perto, as distribuidoras de energia elétrica já estão analisando uma série de medidas para incentivar os consumidores a aumentarem seus gastos. A Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro (Cerj) está preparando uma campanha para informar aos clientes de que eles podem voltar a ter o conforto anterior com eficiência energética. Já a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) deverá editar até um livro com receitas culinárias para forno de microondas.

” Para restabelecer o consumo de energia anterior, leva pelo menos 12 meses ” explicou o vice-presidente da Cerj, Mário Rocha.

Por causa do racionamento, a Cerj deixou de faturar R$ 25 milhões por mês no ano passado, disse Rocha. A idéia da empresa é lançar a campanha ao mesmo tempo em que o governo anunciar o fim do racionamento.

O presidente da CPFL, Wilson Ferreira Júnior, disse que, quando terminar o racionamento, o consumidor residencial da empresa deverá continuar economizando cerca de 15% de energia. Atualmente, a economia está em 25%.

” As pessoas precisam perder o medo de consumir energia. Duas horas de uso de ar-condicionado custam o equivalente a um minuto de telefonema internacional, R$ 0,19 ” ressaltou ele.

A Light já começou uma campanha em dezembro, que continuará valendo este ano, chamada de “Energia Inteligente”. O diretor de marketing da empresa, Paulo Renato Marques, explicou que serão desenvolvidas também outras ações comerciais visando à eficiência e ao conforto do cliente.