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Impacto de racha político pode afetar o humor do mercado

Guarulhos, 04 de março de 2002

O mercado está no ” lucro ” se março reprisar o comportamento de preços e taxas dos principais ativos observado na última semana de fevereiro. Uma bateria de eventos positivos aumentou o pique da bolsa de valores e precipitou a queda dos juros e do dólar. Segundo analistas, a bolsa toma fôlego porque há capital estrangeiro na parada, em operações bem seletivas de compra de ações.

A perspectiva do juro é certamente de queda, até porque o próprio presidente do Banco Central, Armínio Fraga, deixou clara a disposição de corte de taxa pela instituição em entrevista publicada no final da semana.

É grande, porém, a expectativa com a reação do mercado financeiro ao imbróglio que resultou a ação da Polícia Federal contra o marido da candidata à Presidência, Roseana Sarney. Agentes da Polícia Federal apreenderam documentos no escritório particular de Jorge Murad, marido de Roseana, que é investigado por suspeita de ligação com o escândalo da Sudam.

A investida da Polícia Federal abriu uma crise política entre o PFL, o Palácio do Planalto e o comando da candidatura de José Serra, candidado à Presidência pelo PSDB. O mercado vinha navegando em águas tranquilas com os resultados (persistentes) de liderança da Roseana nas pesquisas de intenção de voto. Não se sabe, agora, qual será a reação dos investidores com a possibilidade de enfraquecimento de sua posição.

Pouco se sabe, também, como o mercado reagirá à perspectiva de conviver com José Serra como preferência (talvez absoluta) de FHC à sucessão. Não há dúvida, porém, de que ambos (Roseana e Serra) tentarão conquistar os mercados, alimentando a expectativa geral de que – em qualquer um dos casos – o homem que deverá continuar a administrar a política econômica e financeira do país será o atual presidente do Banco Central, Armínio Fraga, visto como sucesso absoluto de público e crítica.