Notícias

Incêndio se espalha por montanhas e praias da Austrália

Guarulhos, 03 de janeiro de 2002

ReutersOs incêndios florestais nos arredores de Sydney se espalharam hoje das montanhas para o litoral. Os bombeiros completaram o 11º dia de combate ao fogo sem esperança de chuva.

Os focos próximos à zona norte da cidade foram contidos, mas outros saíram de controle nas Blue Mountains (oeste) e na costa sul, voltando a ameaçar casas. O incêndio já destruiu 160 residências, mas não provocou vítimas.

Cerca de 10 mil bombeiros combatem cem focos de incêndio, muitos deles iniciados propositalmente por pessoas. Um helicóptero-tanque com capacidade para 9.000 litros de água tenta apagar uma frente que, hoje, se aproximava de cidades montanhosas ao sul de Sydney. Novos incêndios no litoral sul colocaram várias cidades em alerta e obrigaram retiradas de pessoas. Doze parques nacionais foram fechados.

Meteorologistas disseram que o vento quente e seco que soprava do oeste será substituído por uma brisa mais úmida. Mas, sem previsão de chuvas, dificilmente o fogo será apagado.

Na noite de ontem, o fogo atingiu o balneário de Sussex Inlet. Milhares de moradores e turistas passaram a noite em dois clubes e na praia. Cangurus assustados também se refugiaram na praia ou foram recolhidos pelos moradores. Pelo menos 12 casas foram destruídas.

Caçada

Os australianos se voltam agora contra os responsáveis por espalhar o incêndio. “Fogo do “Natal Negro', 21 Demônios”, anunciava a manchete do tablóide “The Daily Telegraph”, na edição de hoje, com a silhueta de 21 acusados de causar os incêndios.

As seções de cartas dos jornais estão cheias de comentários indignados sobre o incêndio criminoso. “Esses sabotadores são os verdadeiros terroristas da Austrália e é hora de que a atividade deles tenha uma resposta implacável”, escreveu um leitor ao “The Canberra Times”.

Os sabotadores podem pegar até 14 anos de prisão. O primeiro-ministro regional, Bob Carr, comparou a situação a uma guerra e determinou o envio de mais dois helicópteros-tanque para o combate às chamas.

Esse é o pior incêndio na Austrália desde 1994, quando quatro pessoas morreram. Ele já custou US$ 36 milhões.