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Indústria pede novo reajuste para remédios

Guarulhos, 31 de julho de 2002

A disparada do dólar, que fechou ontem a R$ 3,30, deve bater no bolso do consumidor num setor dos mais sensíveis: os preços dos medicamentos. O presidente da Associação dos Laboratórios Nacionais (Alanac), eleito ontem para comandar a entidade no biênio 2002/2003, Josimar Henrique da Silva, disse que a indústria farmacêutica já calcula defasagem em torno de 14% nos preços dos remédios, considerando o período entre setembro de 99 e julho deste ano.

A estimativa, diz ele, inclui a aplicação da própria fórmula criada pelo Governo para o ajuste dos preços, na lei que estabeleceu o congelamento, e a recente disparada da moeda norte-americana.

O último reajuste autorizado para os remédios, que teoricamente estariam congelados até dezembro, foi em fevereiro deste ano, na média de 4,4%.

As indústrias já haviam encaminhado à Câmara de Medicamentos (Camed) um pedido de ajuste emergencial de 7%, quando o câmbio médio chegou a R$ 2,71, no final de junho. “Vamos nos reunir nos próximos dias, e encaminhar à Camed o pedido de reposição da defasagem, inclusive a diferença cambial, que se ampliou muito nos últimos dias. Não é possível segurar o efeito do dólar sobre preços congelados, num setor em que perto de 90% dos insumos são importados”, diz o presidente da Alanac.

Ele admite que novo aumento de preços poderia afetar ainda mais o consumo, que caiu nas farmácias nos últimos dois anos. “O problema é que não vemos saída. Se não houver repasse a preços, outro setor fica comprometido, como investimentos, pesquisas ou emprego”. A ProGenéricos, que reúne os 20 fabricantes de genéricos no país, informa que os preços serão afetados. Isso porque 60% desses remédios ” que custam em média 40% menos para o consumidor ” são importados.

A Camed informa que não há previsão de reajuste de preços. Outro setor que pode ser afetado são planos de saúde e serviço hospitalar, com parte dos custos atrelados ao dólar.